Após a entrega de três reféns israelenses neste sábado (9), a libertação de prisioneiros palestinos ocorreu em Jerusalém Oriental, na Cisjordânia. A primeira fase do acordo prevê a liberação de 33 reféns em troca de 1.900 palestinos.
Neste mesmo dia, Israel liberou 183 prisioneiros palestinos como parte do entendimento para a trégua na Faixa de Gaza. Em contrapartida, o Hamas soltou três reféns israelenses, que foram acolhidos em Jerusalém Oriental, Cisjordânia e Gaza. O Hamas informou que, entre os prisioneiros palestinos liberados, 18 estavam cumprindo penas de prisão perpétua, 54 tinham sentenças menores e 111 foram detidos após 7 de outubro. Israel ainda não divulgou as razões referentes às detenções desses 111 indivíduos.
Sete dos prisioneiros libertados precisaram de atendimento médico, incluindo Jamal al-Tawil, líder político do Hamas na Cisjordânia. O grupo palestino criticou a chamada “política de assassinato lento” das prisões israelenses. O Clube dos Prisioneiros Palestinos ressaltou que todos os libertados requerem algum tipo de assistência médica em decorrência da “brutalidade” enfrentada durante a detenção.
A volta dos prisioneiros a Gaza foi marcada por incertezas sobre o estado de suas famílias, que sofreram com a ofensiva israelense iniciada após o ataque de 7 de outubro. Um dos libertados exprimia sua preocupação ao questionar a multidão sobre o bem-estar de seus familiares: “Como está minha família? Eles ainda estão vivos?”, disse, demonstrando angústia.
A realização da troca de prisioneiros nesse sábado era incerta até a última sexta-feira. Isso se deu após declarações do presidente dos Estados Unidos, que, ao receber o primeiro-ministro israelense, propôs que os EUA assumissem o controle de Gaza e que a população local fosse realocada para países vizinhos, ideia que foi imediatamente rechaçada pelo Hamas e criticada pela comunidade internacional. Basem Naim, membro do comitê político do Hamas, expressou desapontamento com o que considerou atraso e falta de comprometimento por parte de Israel, apontando que isso colocou o acordo em risco.
Mesmo assim, o Hamas declarou estar disposto a retomar as negociações para a implementação da segunda fase do acordo, que deveria ter início na segunda-feira. O grupo enfatizou que não tem a intenção de reiniciar o conflito. A primeira fase do acordo, que se estende por seis semanas, prevê a entrega total de 33 reféns a Israel, incluindo pelo menos oito já falecidos, em troca de 1.900 palestinos. Desde 19 de janeiro, 21 reféns e 765 prisioneiros palestinos receberam liberdade, assim como um cidadão egípcio.