O diretor e produtor de videogames Katsura Hashino é uma figura reconhecida na indústria de jogos, particularmente por seu trabalho na série Persona e em outros títulos da Atlus. Em 2017, ele fundou o Studio Zero, com o intuito de criar novas propriedades intelectuais. O resultado desse esforço foi Metaphor: ReFantazio, lançado no último ano, que recebeu uma indicação na principal categoria dos Game Awards, consolidando ainda mais a posição da Sega no ranking do Metacritic, um dos principais agregadores de avaliação na cultura pop.
Metaphor: ReFantazio é um jogo de RPG de fantasia ambientado no reino medieval de Euchronia, onde os jogadores enfrentam uma narrativa complexa envolvendo política, questões sociais e dilemas pessoais. Como criador do conceito narrativo original, Hashino estabeleceu um novo marco em sua trajetória ao desenvolver este jogo, destacando sua contínua inovação e criatividade na indústria de jogos.
O jogo se passa em um mundo medieval governado por uma monarquia, mas desafia conceitos tradicionais ao abordar temas como democracia, classes sociais e a vontade popular. A trama se inicia com o assassinato do rei, ocorrendo em um momento crítico, já que o príncipe herdeiro se encontra amaldiçoado e em um estado de coma. Uma magia que revela os sentimentos mais profundos das pessoas faz com que o novo soberano se torne a figura mais admirada do reino.
A produção tem recebido aclamação por sua abordagem inovadora aos clichês do gênero de fantasia. O jogo se destaca pela ambientação singular da narrativa, que reflete aspectos do mundo real, além de oferecer uma jogabilidade que se aproveita da experiência acumulada pela equipe ao longo dos anos. O objetivo era proporcionar uma nova perspectiva no jogo enquanto se respeitavam os elementos tradicionais da fantasia, resultando em uma abordagem diferenciada que deixou uma impressão marcante no público.
Críticas frequentemente ressaltam como Metaphor: ReFantazio desafia as narrativas tradicionais sobre poder nos RPGs. A filosofia de design do jogo coloca o jogador não apenas como um herói, mas também como um membro ativo de uma sociedade complexa. As interações com figuras de autoridade na narrativa vão além do confronto, exigindo cooperação e negociação, o que leva os jogadores a refletirem sobre as consequências de suas escolhas no mundo do jogo. A intenção era criar uma história realista, exclusiva dos jogos, onde as nuances das interações sociais pudesse ser exploradas.
A combinação de visuais no estilo anime com temas profundos foi bem recebida. Os desenvolvedores equilibraram a seriedade da narrativa com a experiência lúdica do jogador, criando um ambiente que promove a progressão dentro de um enredo positivo. Apesar dos temas abordados, o design visual permite uma imersão intuitiva no mundo, enquanto questões sociais reais são integradas de forma orgânica, estimulando os jogadores a confrontarem esses conceitos, mesmo durante a jogabilidade. Esse equilíbrio é alcançado por meio da integração de elementos humorísticos e de esperança, fazendo com que a experiência de jogo seja tanto reflexiva quanto prazerosa.
Metaphor: ReFantazio é reconhecido por ter inspirado uma nova tendência nos RPGs de fantasia, que buscam desconstruir e reinventar o gênero. Para a equipe de desenvolvimento, a recepção do jogo e seu impacto significativo em diversos jogadores é motivo de honra e gratidão. O foco da equipe em proporcionar uma experiência que transcende o mero entretenimento é um dos principais fatores que contribuíram para o sucesso do jogo.
Além de questionar arquétipos de fantasia, Metaphor: ReFantazio aborda questões relevantes do mundo contemporâneo, como classe social, opressão e desigualdade sistêmica. O tema central da narrativa gira em torno da ansiedade, uma experiência emocional comum. A representação dessa ansiedade visa refletir a realidade dos desafios enfrentados na vida moderna, situando a narrativa em um mundo de fantasia que, de alguma forma, ressoa com as experiências do mundo real.