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JOGADORA ESPANHOLA TESTIFICA EM CASO DE ESCÂNDALO DE BEIJO

A jogadora espanhola Jenni Hermoso prestou depoimento no Tribunal Nacional da Espanha, reiterando a alegação de que o beijo recebido do ex-presidente da Federação Espanhola de Futebol (RFEF), Luis Rubiales, foi “não consensual”. O incidente ocorreu durante a cerimônia de premiação da Copa do Mundo feminina em agosto de 2023, gerando uma onda de indignação global e precipitando uma crise no futebol espanhol, resultando na renúncia de Rubiales e na sua suspensão pela FIFA.

No dia 20 de agosto de 2023, após a vitória da seleção espanhola na Copa do Mundo feminina, durante a cerimônia de premiação em Sydney, Rubiales segurou a cabeça de Hermoso e a beijou na boca, ato que foi presenciado por milhares de pessoas no estádio e milhões de telespectadores mundialmente. A cena gerou reações imediatas e negativas, levando a RFEF a divulgar inicialmente um comunicado atribuído à jogadora, que afirmava que o beijo foi consensual. Contudo, Hermoso rapidamente desmentiu essa afirmação, relatando que nunca deu consentimento e que foi pressionada por dirigentes da RFEF a descrever o ocorrido de maneira minimizada.

A situação se intensificou quando Rubiales se recusou a renunciar, apesar do crescente clamor da opinião pública e do governo español. Durante a crise, as jogadoras da seleção decidiram boicotar a equipe, se recusando a jogar enquanto Rubiales permanecesse no cargo. Apenas em setembro, sob pressão internacional significativa e com uma suspensão imposta pela FIFA, Rubiales anunciou sua renúncia não só da presidência da federação espanhola, mas também do cargo de vice-presidente da UEFA. O escândalo também resultou na demissão de Jorge Vilda, técnico da seleção feminina, que havia apoiado Rubiales e é acusado de pressionar Hermoso.

No tribunal, Hermoso prestou depoimento por mais de duas horas e reafirmou sua versão dos fatos, descrevendo o beijo como “inesperado e em nenhum momento consensual.” Durante seu relato, destacou ter sofrido pressão para apoiar Rubiales, tanto durante o retorno a Espanha quanto em Ibiza, onde a seleção celebrou a conquista do título. Hermoso expressou que a situação a fez sentir-se desrespeitada, afirmando que “meu chefe me beijou e isso não deveria acontecer em nenhum ambiente social ou de trabalho.”

A justiça espanhola está atualmente analisando evidências, incluindo gravações de câmeras de segurança, para determinar se Rubiales será formalmente acusado de agressão sexual e coerção. A nova legislação de consentimento sexual na Espanha, que estabelece que qualquer ato sexual sem consentimento é considerado agressão sexual, poderá ter implicações significativas no caso. Se condenado, Rubiales pode enfrentar penas que variam de um a quatro anos de prisão ou multas.

Além de Rubiales, outras figuras proeminentes do futebol espanhol estão sendo investigadas. Jorge Vilda e os dirigentes da RFEF, Albert Luque e Rubén Rivera, são também acusados de exercer pressão sobre Hermoso e sua família para que a jogadora fizesse uma retratação pública. Desde o escândalo, Hermoso se tornou uma voz ativa na luta pela igualdade no futebol, celebrando, por meio de uma aparição na televisão, as mudanças provocadas pelo caso e o apoio recebido de colegas e torcedores. O julgamento seguirá até o dia 19 de fevereiro, com depoimentos de várias testemunhas, incluindo Alexia Putellas e outros treinadores e dirigentes da RFEF. Rubiales está agendado para depor em 12 de fevereiro e continua negando qualquer irregularidade.

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