O ex-presidente da Bolívia, que ocupou o cargo por três mandatos, planeja se candidatar à presidência nas próximas eleições nacionais, marcadas para 17 de agosto.
Em um desdobramento recente, uma juíza local revogou o mandado de prisão do ex-presidente Evo Morales em um caso de tráfico de pessoas agravado. No entanto, o julgamento seguirá em um tribunal na cidade de Villa Tunari, área onde Morales possui forte apoio político e sindical. Segundo o advogado de defesa Nelson Cox, o mandado foi completamente anulado, resultando em sua “liberdade irrestrita”. A investigação será reiniciada na cidade mencionada.
Em outubro de 2024, a promotora Sandra Gutiérrez havia emitido um mandado de prisão contra Morales, que foi confirmado por um tribunal em Tarija, relacionado a uma acusação de ter tido um filho com uma menor quando era presidente. A decisão judicial afirma que quaisquer ordens de prisão ou ações que possam restringir os direitos de Morales foram anuladas.
Cox explicou que a revogação do mandado ocorreu após a defesa solicitar que o caso fosse transferido a um “juiz natural” em Villa Tunari e que o processo fosse reiniciado. Ele afirmou que, uma vez que o caso for para Villa Tunari, a defesa alegará a “absoluta inocência” de Morales, apontando irregularidades no processo original, que foi encerrado em 2020 e reaberto anos depois com novas alegações, mas sem uma queixa formal da suposta vítima.
Em janeiro, um tribunal de Tarija declarou Morales ausente em dois comparecimentos em que ele justificou sua falta por questões de saúde, levando à sua prisão. Além disso, foi imposto um bloqueio de viagens, a interdição de seus bens e o congelamento de suas contas.
Após a emissão do mandado em outubro, apoiadores de Morales bloquearam rodovias por 24 dias para evitar sua prisão. Desde esse evento, ele não deixou o Trópico de Cochabamba, onde se mantém protegido por um forte contingente de aliados.
Apesar de uma decisão constitucional que proíbe a reeleição contínua ou descontínua a partir do terceiro mandato, Morales planeja se candidatar novamente. Ele e seus apoiadores confirmaram que estarão em La Paz no dia 16 de maio para registrar sua candidatura, mas ainda não divulgaram qual partido irá apoiá-lo, já que ele se afastou do Movimento ao Socialismo (MAS), por ele fundado e liderado por quase três décadas.
Recentemente, ele se distanciou do atual presidente, Luis Arce, com o qual houve divergências quanto à gestão do governo e do próprio MAS. Arce, por sua vez, foi anunciado como candidato da legenda para as próximas eleições, buscando a reeleição.
