Robert F. Kennedy Jr., conhecido por sua oposição às vacinas, foi nomeado pelo Senado dos Estados Unidos como Secretário de Saúde e Serviços Humanos. A confirmação ocorreu nesta quinta-feira (13), com uma votação de 52 votos a favor e 48 contra. O senador Mitch McConnell foi o único membro do Partido Republicano a se juntar aos 47 democratas para votar contra a indicação de Kennedy. Durante sua campanha, Kennedy prometeu proteger os programas de vacinação, buscando, assim, garantir os votos necessários.
Como novo secretário, Kennedy terá a responsabilidade de supervisionar várias agências federais importantes, incluindo a Food and Drug Administration (FDA) e os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC). Após sua posse, que deve ocorrer ainda nesta quinta-feira, será assinada uma ordem executiva que estabelecerá uma comissão “MAHA”, em referência ao movimento “Make America Healthy Again”. A Casa Branca informou que o presidente orientará Kennedy a investigar as crises de saúde que o país enfrenta atualmente.
Kennedy, um advogado ambiental de 71 anos, tem sido um crítico da segurança e eficácia das vacinas durante anos. Ele agora atuará em um departamento que controla mais de US$ 3 trilhões em despesas de saúde. Além disso, o Departamento de Saúde e Serviços Humanos também administra os programas Medicare e Medicaid, que fornecem cobertura de saúde a mais de 140 milhões de cidadãos americanos.
O processo para sua confirmação, no entanto, foi desafiador. Kennedy pretendia lutar contra doenças crônicas, desvincular a agência reguladora de medicamentos da indústria farmacêutica e aconselhar sobre a remoção do flúor da água potável. Críticos questionaram sua idoneidade para o cargo devido à sua associação com o movimento antivacina. Seu histórico político como ex-democrata e suas anteriores opiniões sobre o aborto também levantaram dúvidas entre os membros do próprio Partido Republicano, além da oposição expressa por alguns integrantes da família Kennedy.
Apesar das dificuldades, os republicanos se uniram para aprovar a indicação de Kennedy, seguindo o padrão de apoio a todas as indicações de gabinete realizadas até o momento pelo presidente Trump. Na sequência, a Casa Branca anunciou uma proposta de reduzir drasticamente o tamanho do governo, que inclui indenizações para 2 milhões de funcionários federais. Kennedy também expressou seu desejo de demitir muitos funcionários da FDA e dos Institutos Nacionais de Saúde.
Após a votação, o CEO da Pharmaceutical Research and Manufacturers of America manifestou o interesse da indústria farmacêutica em colaborar com o governo para enfrentar doenças crônicas e tornar os serviços de saúde mais acessíveis. Ele destacou a importância de fortalecer o ecossistema que promove o desenvolvimento de novos medicamentos, assim como a necessidade de controlar os abusos que elevam os custos de medicamentos.