Kyle Vogt, um dos principais defensores dos veículos autônomos, co-fundou a Cruise em 2013, uma startup que se tornou referência nesse setor emergente. Em 2016, a General Motors investiu US$ 1 bilhão na empresa, confiando que ela lideraria suas iniciativas em mobilidade autônoma. Vogt continuou à frente da subsidiária após a aquisição, mas decidiu deixar a operação no final de 2023, em meio a incidentes que afetaram a reputação dos veículos da divisão.
Passado um pouco mais de um ano desde sua saída, Vogt direciona suas atenções para uma nova empreitada. Ele é um dos fundadores da The Bot Company, uma startup de robótica agora avaliada em US$ 2 bilhões, conforme relatado pela agência Reuters. Essa avaliação foi impulsionada por uma recente rodada de financiamento de US$ 150 milhões, liderada pelo fundo Greenoaks, que também conta com ex-engenheiros da Tesla e Cruise como co-fundadores.
A The Bot Company, que foi lançada há menos de um ano, já havia arrecadado US$ 150 milhões em um aporte seed no início de 2024, com investidores como Spark Capital e Nat Friedman, ex-CEO do GitHub, participando do processo. A nova captação de recursos é particularmente notável, uma vez que a startup ainda se encontra na fase de desenvolvimento de seu hardware e software baseados em inteligência artificial, e não possui produtos prontos para o mercado, nem gera receita até o momento.
A The Bot Company tem como objetivo desenvolver robôs para auxiliar em tarefas domésticas, um campo já explorado por outras empresas, como a Amazon com seu robô Astro, introduzido em 2021. No entanto, informações específicas sobre o design e as características dos robôs da The Bot Company ainda não foram divulgadas.
O crescente interesse de investidores na robótica impulsionada por inteligência artificial é evidente, especialmente considerando que essa tecnologia permite que os robôs compreendam comandos de linguagem natural e executem tarefas mais complexas. Em 2024, as startups de robótica levantaram US$ 6,1 bilhões em investimentos de capital de risco, um aumento de 19% em relação ao ano anterior.
Nesse cenário, startups como a Figure AI alcançaram avaliações significativas, levantando US$ 675 milhões e chegando a um valuation de US$ 2,6 bilhões com apoio de empresas como OpenAI, Nvidia, Microsoft e Amazon. A Figure AI está atualmente em negociações para uma nova rodada de investimentos de US$ 1,5 bilhão, o que poderia elevar sua avaliação para cerca de US$ 39,5 bilhões.
A Greenoaks, investidora da The Bot Company, também tem ampliado seus investimentos em outras empresas do setor, como a Mytra, que desenvolve robôs voltados para a indústria. Outro exemplo é a Cobot, fundada por Brad Porter, ex-Amazon, que já captou mais de US$ 140 milhões.
Esse impulso no setor de robótica contrasta com a desaceleração observada na área de veículos autônomos, onde muitos projetos estão lidando com desafios significativos. Recentemente, a Cruise, antiga empresa de Vogt, anunciou uma colaboração com a Nvidia, envolvendo a integração de chips e software em sua operação, buscando soluções para os desafios enfrentados.
Por outro lado, a Waymo, divisão de veículos autônomos da Alphabet, controladora do Google, mostrou sinais de crescimento. No final de 2024, a empresa conseguiu levantar US$ 5,6 bilhões junto a investidores como Andreessen Horowitz, Fidelity, Silver Lake e Tiger Global, indicando uma confiança renovada no potencial dos carros autônomos.