Para o professor, sociólogo e cientista político Antonio Lavareda, a atual gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que representa seu terceiro mandato, ainda não se destacou em termos de impacto como ocorreu nos dois primeiros mandatos. Ele observou que, ao longo dos dois anos iniciais, faltou uma mensagem central ou narrativa que definisse claramente os objetivos do Lula 3. Lavareda mencionou que o primeiro mandato foi voltado à inclusão social e o segundo envolveu iniciativas como o PAC, enquanto atualmente não está claro quais são as prioridades deste novo período.
O programa CNN Eleições 2026, apresentado por Clarissa Oliveira e Antonio Lavareda, estreou com foco na diminuição da popularidade do presidente e nas perspectivas da direita brasileira para as próximas eleições. A análise destacou que a aprovação do governo Lula tem enfrentado uma tendência de queda constante, com uma média de 0,35 ponto percentual a menos em popularidade por mês desde janeiro de 2023, conforme o Índice CNN/Ipespe. Essa situação tem gerado preocupações, refletidas em mudanças ministeriais e em tentativas de reformulação na comunicação do governo.
Clarissa Oliveira, analista de política, apontou que a diminuição da popularidade não é o único desafio enfrentado pelo governo; a articulação política no Congresso também é complexa. A dificuldade em aprovar reformas estruturais e projetos importantes, como os ajustes fiscais, complica ainda mais a situação do governo, que precisa atender a diversas demandas.
Além dos obstáculos políticos, Lavareda também mencionou questões econômicas que influenciam a queda na popularidade do governo. Com a possibilidade de um contingenciamento das verbas públicas até o final do ano, que limitaria investimentos, isso teria um impacto direto na percepção pública sobre o governo.
Em relação a um possível segundo turno eleitoral, uma pesquisa realizada pelo Índice CNN/Ipespe indicou que Lula e o ex-presidente Jair Bolsonaro estariam empatados. No entanto, Lula superaria outros candidatos, como Tarcísio de Freitas e Gusttavo Lima. Lavareda interpretou esse empate como um reflexo da divisão existente no país, similar ao cenário das eleições de 2022. Ele acredita que os nomes mais competitivos para o pleito emergirão dessa lista de candidatos.
Por outro lado, Clarissa Oliveira destacou que o governo enfrenta uma crise de popularidade sem precedentes. Embora o presidente Lula minimize a situação, alegando que é cedo para avaliar os resultados de sua gestão e que promete entregas significativas em 2025, os dados das pesquisas atuais indicam que seu governo está perdendo apoio, inclusive em regiões onde tradicionalmente contava com forte prestígio. Essa perda é vista com preocupação, especialmente com o crescimento da influência bolsonarista nessas áreas.
