8 maio 2025
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Lições da Impressionante Queda Livre da Magalu: O Que Realmente Aprendemos

Nos últimos dois anos, as ações do Magazine Luiza sofreram uma significativa queda de 81%. Em janeiro de 2023, o valor das ações chegou a ser de 45 reais, mas, após uma desvalorização de 2,3% no fechamento em 7 de novembro, o preço caiu para apenas 8,54 reais. Como resultado, uma empresa que já valia quase 180 bilhões de reais agora representa pouco mais de 6 bilhões de reais. Essa queda é ainda mais notável, considerando que a empresa, controlada pela família Trajano, não enfrentou eventos extremos, como fraudes ou pedidos de recuperação judicial, durante esse período.

A desvalorização das ações do Magazine Luiza é atribuída à incapacidade da empresa em corresponder às expectativas que ela mesma criou. A principal expectativa era sua capacidade de transição para o varejo online. Fundada em 1957, em Franca, São Paulo, a rede de eletrodomésticos e móveis abriu seu capital em 2011 e, nos anos seguintes, ganhou popularidade entre pequenos investidores que acreditavam que a empresa se tornaria uma gigante do setor. No auge, em meados de 2020, mais de 1 milhão de investidores pessoas físicas tinham ações da empresa, levando seu valor de mercado a um recorde de 177,5 bilhões de reais.

No entanto, essa expectativa foi rapidamente frustrada. A rápida aquisição de empresas de e-commerce, como Kabum! e Netshoes, juntamente com outros investimentos, não gerou os resultados esperados, e a prevista explosão nas vendas online não se concretizou. O crescimento do comércio eletrônico tem sido lento, assim como a integração entre lojas físicas e plataformas digitais, conhecida como omnichannel.

Adicionalmente, declarações feitas por Luiza Trajano, matriarca da família, contribuíram para a frustração dos investidores. Em 2023, ela comentou que as ações “estavam apanhando” porque a empresa “sempre acreditou em loja física”. Essa declaração levantou dúvidas entre os analistas sobre o comprometimento da empresária com a digitalização da companhia. Em decorrência dessa incerteza, muitos investidores decidiram se afastar, e aqueles que mantiveram suas ações observaram a destruição significativa de seu patrimônio.

Luiza Trajano transferiu a liderança do negócio para seu filho, Fred Trajano, em 2016, o qual ocupa o cargo de CEO até hoje. Luiza passou a ser presidente do conselho de administração. O mercado frequentemente aponta as decisões questionáveis dos últimos anos como responsabilidade da gestão de Fred. Em 2021, ele adquiriu 25% do portal de notícias Poder360, que se descreve como um veículo “independente”. O Poder360 já publicou mais de 500 matérias sobre o Magazine Luiza, mas nenhuma delas abordou a drástica queda das ações da empresa.

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