sábado, fevereiro 1, 2025
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Líder da COP30: O tempo é curto para enfrentar as mudanças climáticas

Em uma entrevista, o embaixador André Corrêa do Lago, que foi designado como Presidente da COP30, enfatizou que o tempo é limitado para efetivamente lidar com as mudanças climáticas. “Temos um prazo reduzido para evitar que os impactos da alteração climática se tornem ainda mais prejudiciais”, destacou ele em uma conversa no CNN 360º. O embaixador reiterou a urgência de realizar ações concretas para reduzir os efeitos já visíveis das mudanças no clima global, além de abordar a questão do financiamento necessário para enfrentar esses desafios.

De acordo com economistas nas negociações da ONU realizadas em Baku, os países em desenvolvimento requerem, no mínimo, US$ 1 trilhão anualmente até o final da década para enfrentar os efeitos das mudanças climáticas. O embaixador ressaltou que esse montante não é apenas um desejo, mas sim uma necessidade reconhecida por estudos econômicos de âmbito internacional. “É uma quantia imensa”, admitiu Corrêa do Lago, acrescentando que o financiamento precisará vir de várias origens. “Existem fundos de ajuda ao desenvolvimento para nações mais pobres, recursos de bancos de desenvolvimento internacional, como o BID, mas cresce a urgência de atrair investimentos privados”, comentou o embaixador.

O presidente da COP30 destacou que o Brasil terá o papel de articular uma estratégia de financiamento até a conferência em Belém. Ele reconheceu que aumentar o montante de US$ 300 bilhões para US$ 1,3 trilhão em um único ano é uma tarefa impraticável, mas sublinhou a importância de criar uma lógica de financiamento que garanta os recursos necessários.

Na visão do embaixador, a conferência climática representa uma oportunidade vital para que o Brasil mostre sua capacidade de influência no cenário global. Embora seja cedo para definir metas específicas, a COP30 pode facilitar avanços importantes em áreas como financiamento e adaptação às mudanças climáticas. Corrêa do Lago realçou a necessidade de restaurar a confiança internacional na luta contra as mudanças climáticas, sublinhando a importância de alinhar expectativas e ações de diferentes países, reconhecendo que alguns foram excessivamente otimistas em suas promessas, enquanto outros foram excessivamente cautelosos.

Por fim, o embaixador enfatizou a importância de mostrar que a luta contra as mudanças climáticas não é prejudicial para as populações e suas economias. “A COP é uma chance para demonstrarmos o Brasil comprometido com uma agenda global, na qual o país pode ter um papel significativo”, afirmou. Ele destacou que, ao contrário de outras questões globais, o Brasil carrega uma relevância particular no que diz respeito ao tema das mudanças climáticas.

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