Em uma mensagem direta aos Estados Unidos, um porta-voz do Irã reafirmou a posição do país de não entrar em negociações com Washington sob pressão. O líder iraniano enfatizou que ameaças não são uma maneira aceitável de tratar as discussões e declarou que o Irã não cederá a qualquer forma de coação.
Recentemente, o líder supremo do Irã também manifestou que o país não seria compelido a negociar, após a comunicação do ex-presidente dos EUA sugerindo que um novo entendimento sobre o programa nuclear do Irã poderia ser alcançado. O ex-presidente expressou interesse em dialogar, esperando que o Irã se envolvesse em negociações produtivas e destacando os potenciais benefícios para a nação iraniana.
Em 2018, os Estados Unidos, sob a administração do ex-presidente, se retiraram do Acordo Nuclear, classificando-o como insatisfatório, e impuseram uma nova rodada de sanções econômicas ao Irã. Em resposta, o Irã reiniciou o enriquecimento de urânio, alegando que as violações por parte dos EUA tornaram necessário esse passo, condicionando o retorno ao cumprimento do acordo às remoções das sanções.
Após o colapso do acordo, o Irã passou a enriquecer urânio em quantidades superiores ao que era estipulado anteriormente, gerando preocupações entre as nações ocidentais sobre a possibilidade do Irã atingir capacidades nucleares que poderiam ser irreversíveis. As relações entre Teerã e Washington se deterioraram ainda mais após a eliminação de um importante general iraniano pelas forças dos EUA, momento que quase levou a um conflito armado.
Em janeiro deste ano, o diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) reconheceu que o Irã está intensificando seu processo de enriquecimento de urânio a níveis alarmantes, aumentando drasticamente a produção e se aproximando das quantidades necessárias para a fabricação de armas nucleares.
Relatórios indicam que o Irã detém aproximadamente 200 kg de urânio enriquecido a até 60%, o que, se refinado ainda mais, poderia possibilitar a criação de até quatro ogivas nucleares. Contudo, especialistas alertam que, embora o país tenha o material necessário, a instalação e a operação de centrífugas para a produção de armas nucleares demandariam um tempo considerável.
Além disso, a AIEA confirmou que a intensificação do enriquecimento está se aproximando dos limites adequados para a produção de armamentos. As potências ocidentais expressaram preocupação com essa escalada, argumentando que o enriquecimento em tais níveis não encontra justificativa e que, historicamente, nenhum outro país o fez sem uma intenção explícita de desenvolver armas nucleares. O Irã, por sua vez, mantém que seu programa é direcionado a fins pacíficos e nega ter objetivos bélicos.
