Líderes europeus expressaram, na quinta-feira (13), preocupações em relação a um potencial acordo de paz entre os Estados Unidos e a Rússia sobre a guerra na Ucrânia, reiterando a necessidade de serem incluídos nas negociações. Este alerta foi emitido após o presidente dos EUA ter uma conversa com o presidente russo, na qual foi anunciada a intenção de iniciar diálogos de paz. As capitais da Europa sublinharam que um acordo envolvendo a Ucrânia, que está enfrentando uma invasão russa significativa há quase três anos, precisa ter suas preocupações e interesses considerados, uma vez que as repercussões afetarão a segurança do continente.
A chefe de política externa da União Europeia destacou que um acordo negociado sem a participação explícita da Ucrânia e da Europa não será viável. Ela questionou as concessões feitas à Rússia antes mesmo do início das negociações, enfatizando que a Europa deve ter um papel ativo na busca por uma resolução do conflito. Tais declarações ocorreram na véspera de uma reunião dos ministros da Defesa da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
O secretário de Defesa dos EUA, por sua vez, observou que a expectativa de a Ucrânia recuperar as fronteiras anteriores a 2014 é irrealista, além de afirmar que a adesão da Ucrânia à Otan não será parte de um futuro acordo de paz, tendo em vista a anexação da Crimeia pela Rússia em 2014. Já o ministro da Defesa da Alemanha comentou que seria preferível que os EUA não tivessem feito concessões à Rússia antes do início das discussões de paz, reforçando a ideia de que um acordo deve respeitar a soberania ucraniana.
Adicionalmente, reforçou-se que acordos que não incluam a estrutura europeia e os interesses ucranianos estão destinados ao fracasso. A posição europeia é de que continuarão apoiando a Ucrânia caso um acordo injusto seja imposto a ela. Em outro ponto relevante, o ministro da Defesa da França alertou para o risco de buscar a paz de forma frágil, contrapondo-se à retórica de força promovida pelo governo americano. Em defesa dessa abordagem, o secretário de Defesa dos EUA descreveu o presidente Trump como o “melhor negociador do planeta”, capaz de promover uma paz negociada.