sexta-feira, janeiro 31, 2025
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Lira fortalece poder sobre emendas e garante sucessão na presidência

Após quatro anos, o atual presidente da Câmara, deputado Arthur Lira, de 55 anos, deixará o comando da Casa neste sábado (1º). Conhecido por uma gestão centralizadora, Lira destacou-se nos governos de Jair Bolsonaro e Lula como um defensor das emendas parlamentares. Através da negociação para a liberação dessas emendas, ele se firmou como um dos presidentes da Câmara mais influentes da recente história política. Durante o governo Bolsonaro, foi responsável pela execução do chamado “orçamento secreto”, que envolveu a distribuição de recursos sob o nome genérico de “emendas de relator”.

Com a crise entre os poderes, o Congresso se prepara para definir a nova liderança. A oposição reagiu a uma recente entrevista de Lula, criticando suas declarações sobre os juros. Hugo Motta, deputado pelo Republicanos da Paraíba, é apontado como o favorito na disputa pela presidência, buscando agradar tanto ao governo quanto à oposição.

A atuação de Lira na presidência resultou em uma reeleição com um recorde histórico de 464 votos, recebendo o apoio de 20 bancadas em 2023. Em seu primeiro mandato, Lira foi eleito com 302 votos em 2021. Sob sua liderança, os partidos de centro ganharam destaque. Em um jantar recente com a bancada paulista e Motta, Lira enfatizou que o Centrão tem sido fundamental em momentos de alta tensão.

Conhecido por acelerar votações na Câmara, Lira ganhou fama de ser um cumpridor leal de acordos. Entre seus compromissos cumpridos, destaca-se a aprovação e regulamentação da reforma tributária sobre o consumo, frequentemente mencionada por ele. Durante as sessões, Lira conduziu o plenário segundo sua interpretação do regimento, definindo pautas com pouco tempo de antecedência. Sua gestão foi marcada por deliberações rápidas, trabalho em grupos e a adoção de regimes de urgência para acelerar tramitações, garantindo a aprovação de importantes projetos para a equipe econômica.

No que diz respeito ao Executivo, Lira facilitou a aprovação de propostas que vão da PEC dos precatórios, na gestão Bolsonaro, aos textos do atual governo, como a PEC da transição e o arcabouço fiscal, bem como a taxação de recursos offshore e um recente pacote de ajuste fiscal. A ascensão de Lira ao cargo máximo da Câmara foi precedida por sua liderança na bancada do PP e pela presidência da Comissão de Constituição e Justiça, em 2015, além de ter liderado a Comissão Mista de Orçamento em 2016. Lira também é parte da bancada ruralista, defendendo os interesses desse grupo.

Agora, ao finalizar seu quarto mandato, Lira deixará a presidência da Câmara, tendo apontado Hugo Motta como seu sucessor, que conta com o apoio de praticamente todas as bancadas, totalizando 495 deputados. Apenas o Novo e o PSOL não oficializaram seu apoio. Motta e Lira chegaram juntos a Brasília em 2011, após vitoriosos nas eleições de 2010, e ambos estão em seu quarto mandato na Casa. Compartilham uma trajetória familiar na política e a filiação a partidos de centro. Para se tornar o favorito à presidência, Motta adotou uma estratégia semelhante à de Lira em 2023, realizando articulações e formando uma ampla frente. A votação, no entanto, será secreta e, mesmo com o apoio de quase todas as bancadas, os votos dos integrantes das siglas ainda não estão garantidos.

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