1 março 2025
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Lukashenko conquista mais um mandato na Bielorrússia

O líder da Belarus, Alexander Lukashenko, ampliou sua longa permanência no poder após uma vitória expressiva nas eleições presidenciais, cujos resultados preliminares foram desconsiderados pelos governos ocidentais nesta segunda-feira (27). “Vocês podem parabenizar a República da Belarus, nós elegemos um presidente”, declarou Igor Karpenko, chefe da Comissão Eleitoral Central do país, durante uma coletiva de imprensa nas primeiras horas de segunda, conforme reportado por veículos de mídia estatal russa. De acordo com as informações divulgadas pela Comissão Eleitoral Central em seu canal do Telegram, Lukashenko recebeu 86,8% dos votos na eleição realizada no domingo.

Lukashenko está em posição de garantir seu sétimo mandato na Belarus, enquanto a oposição critica a votação como uma “farsa”. Além disso, o Kremlin anunciou que Putin deseja discutir a redução de armamentos nucleares após declarações feitas por Trump. A situação política se torna mais complexa, com o Kremlin afirmando que Putin está aberto a uma conversa com o ex-presidente dos Estados Unidos.

O aliado próximo do presidente russo, Vladimir Putin, defendeu previamente a detenção de opositores, enfatizando: “Não me importo nem um pouco com o Ocidente.” Autoridades da Europa afirmaram que a eleição não foi justa nem livre, dado que a mídia independente é recriminada e as principais figuras de oposição foram encarceradas ou forçadas a buscar asilo no exterior. “O povo da Belarus não teve escolha. É um dia triste para todos que desejam liberdade e democracia”, comentou a ministra das Relações Exteriores da Alemanha.

O ministro polonês das Relações Exteriores, Radosław Sikorski, expressou surpresa pela aparente aprovação de Lukashenko por apenas 87,6% do eleitorado, questionando se “o restante será enviado para as prisões?” Em resposta às prisões de opositores, Lukashenko afirmou que esses indivíduos “escolheram” seu destino, tendo alguns optado pelo exílio. “Não expulsamos ninguém do país”, disse ele em uma coletiva que se estendeu por mais de quatro horas.

A União Europeia e os Estados Unidos não reconhecem Lukashenko como o líder legítimo da Belarus, especialmente após sua repressão aos protestos massivos que eclodiram após a eleição de 2020, na qual foram levantadas acusações de fraude. Naquele ano, dezenas de milhares foram detidos em manifestações contra o resultado oficial, que apontou a vitória de Lukashenko com pouco mais de 80% dos votos. O grupo de direitos humanos Viasna destaca que cerca de 1.250 prisioneiros políticos ainda permanecem detidos. No ano passado, Lukashenko decidiu liberar mais de 250 prisioneiros por razões humanitárias. O secretário de Estado dos EUA mencionou que a Belarus havia libertado uma cidadã americana, identificada como Anastassia Nuhfer, embora não tenha fornecido detalhes adicionais.

Lukashenko negou que suas concessões a pessoas condenadas por atividades “extremistas” fossem uma tentativa de melhorar suas relações com o Ocidente, afirmando que a Belarus estava disposta a dialogar com a União Europeia, mas não a se submeter. Ele não enfrentou concorrência significativa entre os outros quatro candidatos da eleição. Apesar do resultado inquestionável, Lukashenko se depara com desafios em seu novo mandato, especialmente nas relações com a Rússia e o Ocidente, em meio a negociações potenciais para encerrar o conflito na Ucrânia. A guerra o alinhou ainda mais com Putin, que utilizou a Belarus como ponto de partida para a invasão em 2022 e permitiu o posicionamento de armamentos nucleares táticos no país. Analistas políticos sugerem que, com o fim do conflito, Lukashenko buscará restaurar sua legitimidade perante o Ocidente para amenizar seu isolamento e tentar a suspensão das sanções. Ele expressou esperança, afirmando ter visto “luz no fim do túnel” enquanto Moscou e Kiev se preparam para eventuais diálogos, reiterando que não se arrepende de ter apoiado Putin na guerra.

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