O líder bielorrusso, Alexander Lukashenko, foi reeleito presidente de Belarus neste domingo, 26, recebendo 87,6% dos votos, conforme uma pesquisa oficial de boca de urna. Esta eleição, marcada pela ausência de concorrência e evidências significativas de manipulação, estende o longo mandato do autocrata que está no poder desde 1994. Rumo ao seu sétimo mandato, Lukashenko tem exercido um controle severo sobre o país, conhecido por reprimir protestos e manter uma política externa próxima à Rússia. Em fevereiro de 2022, ele autorizou o governo de Putin a utilizar seu território para a invasão da Ucrânia.
A votação presidencial foi a primeira desde 2020, ano em que Lukashenko reprimiu fortemente os protestos que se seguiram às eleições, cujos resultados foram fortemente contestados. Apesar da repressão, as manifestações se prolongaram por várias semanas, e a oposição, liderada por figuras como a ativista Svetlana Tikhanovskaya, ganhou destaque. Tikhanovskaya acabou sendo forçada a deixar o país devido a ameaças de prisão. Atualmente, vivendo no exílio na Polônia, ela qualificou a nova eleição como uma “farsa” e caracterizou Lukashenko como um “criminoso que tomou o poder”.
Líderes da União Europeia também se manifestaram contra o processo eleitoral. “A eleição fraudulenta de hoje em Belarus não foi livre nem justa”, afirmaram em um comunicado conjunto a chefe de política externa do bloco e a comissária de ampliação da UE. No comunicado, a União Europeia pediu a liberação dos mais de 1.000 presos políticos do país. “Por essas razões, assim como pelo envolvimento do regime bielorrusso na guerra da Rússia contra a Ucrânia, a UE continuará aplicando medidas restritivas e direcionadas [contra Belarus]”, concluiu o comunicado, sem especificar quais sanções seriam impostas.