Na quinta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que a defesa da deputada Érika Hilton, que teve seu gênero modificado sem consentimento em um visto dos Estados Unidos, representa também uma defesa da soberania do Brasil. Na quarta-feira, Érika se encontrou com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, para solicitar uma resposta oficial do governo a respeito do incidente. Após a reunião, a deputada expressou sua insatisfação com a falta de um posicionamento mais firme. “Senti que a questão estava um pouco fragilizada com o Itamaraty,” afirmou.
No mesmo dia da reunião, Érika Hilton abordou a situação diretamente com o presidente Lula. Lula demonstrou indignação, enfatizando que essa ação não pode ser aceita e que é necessário um posicionamento público do Estado sobre a questão. De acordo com informações apuradas, a diplomacia brasileira enfrenta desafios para se manifestar a respeito, pois não é viável obrigar a aplicação de leis brasileiras em território estrangeiro. Entretanto, com o pedido feito diretamente ao presidente, a expectativa é que o governo forneça um posicionamento oficial.
Lula salientou que era essencial que o governo emitisse uma nota expressando a inconformidade do Brasil em relação à interferência de uma embaixada no passaporte de uma cidadã brasileira. “Ela não solicitou uma mudança de sexo, mas sim um passaporte para viajar aos Estados Unidos. Isso deveria ter sido concedido. Defender isso é defender a soberania brasileira,” afirmou o presidente.
Érika Hilton foi convidada para um evento na Universidade de Harvard e no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e expressou sua surpresa ao descobrir a alteração em seu visto. Como resultado do incidente, ela optou por cancelar sua viagem.