A Coligação Brasil da Esperança, sob a qual o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito, formalizou um pedido no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para ampliar a investigação sobre a conduta de Jair Bolsonaro e seus aliados durante e após as eleições de 2022. O objetivo é incluir na análise documentos e evidências obtidos em inquéritos conduzidos pela Polícia Federal e pela Procuradoria-Geral da República, que envolvem reuniões em que teria sido discutida a possibilidade de um golpe de Estado. Um total de 34 indivíduos foi denunciado no caso.
Os advogados da coligação informaram que as evidências analisadas pela Procuradoria revelam um planejamento prévio das diversas estratégias adotadas pela organização. Este planejamento incluía não apenas ataques ao processo eleitoral, mas também a execução de um golpe de Estado, que, segundo alegações, ocorreria através da emissão de um Decreto Presidencial, eliminação de autoridades públicas e controle da narrativa no âmbito nacional e internacional sobre uma ruptura institucional.
Adicionalmente, a coligação busca reforçar a argumentação de abuso de poder político, demonstrando que as ações não se limitaram aos atos de Bolsonaro, mas envolviam uma estrutura política e institucional mais ampla. No documento apresentado, a defesa solicita que as provas já coletadas no processo em tramitação no Supremo Tribunal Federal (STF) sejam compartilhadas. O pedido original foi feito em 2022, após manifestações ocorridas no dia 7 de setembro, com o intuito de investigar supostas práticas de abuso de poder político e econômico.
Atualmente, Bolsonaro já se encontra inelegível em razão de outra ação relacionada a encontros que teve com embaixadores. Agora, a Coligação Brasil da Esperança esclarece que também estão sendo alvo de investigações os filhos do ex-presidente: Flávio, senador pelo Rio de Janeiro, e Eduardo, deputado federal por São Paulo. Ambos são considerados possíveis candidaturas para as eleições de 2026, caso o ex-presidente não consiga se candidatar.
No documento, Eduardo Bolsonaro é mencionado como um articulador internacional na busca de aceitação para um eventual golpe. Ele foi sugerido por seu pai para a função de embaixador nos Estados Unidos, indicando sua relevância nas articulações internacionais deste grupo político. Flávio, por sua vez, é acusado de realizar ataques às urnas e ao STF, contribuindo para a narrativa utilizada pelos investigados. Se o pedido de ampliação das investigações for aceito, os filhos de Bolsonaro poderão se tornar inelegíveis em caso de condenação. A defesa de Jair, Flávio e Eduardo Bolsonaro foi contatada para comentários.
