O presidente Luiz Inácio Lula da Silva iniciou, no dia 24 de abril, uma visita ao Japão e ao Vietnã, com o objetivo de fortalecer as relações do Brasil com a Ásia, em um contexto geopolítico complexo e de restrições comerciais, especialmente com os Estados Unidos. Durante a viagem, são esperadas discussões focadas na abertura de mercados em áreas específicas, como o setor de carnes, além de esforços para avançar em acordos comerciais no âmbito do Mercosul, visando diversificar as opções de mercado.
De acordo com o embaixador Eduardo Sabóia, secretário de Ásia e Pacífico do Itamaraty, já ocorreram reuniões entre Mercosul e Japão, e agora é necessário definir os seguintes passos, que incluem a transição de diálogos para negociações concretas. Com relação ao Vietnã, as negociações estão em andamento, embora ainda não exista um cronograma definido para um acordo formal. Fontes indicam que em 2023 o foco de Lula na Ásia deve se intensificar, com possíveis visitas a Malásia e Indochina no segundo semestre, além de sua participação na Cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean), desde que o convite seja confirmado.
Uma figura consultada ressaltou a importância de buscar parceiros alternativos em um panorama mundial caracterizado por tensões comerciais. A estratégia para 2025 inclui a diversificação nas relações comerciais, com a intenção de que o Brasil seja visto como um país que busca múltiplas opções em sua política externa. Além da China, que é o maior parceiro comercial do Brasil, existem outros grandes players a serem considerados.
Embora a relação entre Brasil e China seja positiva, com bons laços entre Lula e o presidente chinês Xi Jinping, o Brasil procura expandir suas alternativas comerciais. Com as crescentes ameaças de tarifas comerciais por parte dos Estados Unidos, a busca por novos mercados e o apoio ao comércio multilateral tornam-se ainda mais relevantes, o que deve ser um tema abordado durante a visita ao Japão.
Sabóia destacou que tanto o Japão quanto o Vietnã e o Brasil se beneficiam de um comércio regulado por normas e regras, e, no caso do Japão, a importância atribuída à Organização Mundial do Comércio (OMC) aproxima os dois países. Há a expectativa de manifestar apoio a um sistema comercial baseado em regras multilaterais.
A visita de Lula à Ásia está programada para durar três dias no Japão e dois dias no Vietnã, acompanhada por uma comitiva composta por 11 ministros, além de deputados e senadores, incluindo os presidentes da Câmara e do Senado, assim como os ex-presidentes das duas casas legislativas.
