A recente designação de Gleisi Hoffmann para a Secretaria de Relações Institucionais provocou diversas críticas e gerou instabilidade no mercado financeiro. A proximidade de Hoffmann com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva é vista como um fator que pode aumentar o isolamento do presidente, dificultando a promoção de um diálogo mais abrangente com o Congresso Nacional. Essa escolha levanta preocupações sobre a capacidade do governo em negociar e aprovar questões significativas no Legislativo. Para mitigar essa decisão, a indicação de um deputado do Centrão para a liderança do governo na Câmara está sendo analisada.
Isnaldo Bulhões, líder do MDB, é um dos principais candidatos para assumir essa função, que ficará vago com a saída de José Guimarães, que passará a presidir interinamente o PT. Essa movimentação é interpretada como uma tentativa de ampliar o suporte político do governo e facilitar o diálogo com o Congresso, essencial para a aprovação de projetos e reformas. Além disso, a possível indicação de Guilherme Boulos para a Secretaria-Geral da Presidência está em discussão. A escolha de Boulos, que poderia substituir Márcio Macedo, tem o potencial de fortalecer a comunicação com os movimentos sociais.
Entretanto, essa escolha é percebida como uma tendência de apoio à esquerda, o que gera preocupações entre investidores e no âmbito econômico. A presença de Boulos no governo poderia sugerir uma preparação para uma candidatura em 2026, caso Lula não busque a reeleição. Para isso, Boulos precisaria estreitar laços com o governo e o PT, solidificando sua posição política. O Centrão busca estabelecer conexões com o governo, independentemente de quem esteja na Secretaria de Relações Institucionais, adotando uma abordagem em que a crítica é direcionada aos ministros que não cumprem compromissos, em vez de ao presidente.
A Secretaria Geral da Presidência desempenha um papel vital na interlocução com movimentos sociais, sendo a nomeação de Boulos uma oportunidade para reativar essa conexão. A escolha de um líder do Centrão para a liderança do governo na Câmara é vista como uma estratégia destinada a expandir a rede de alianças do governo e facilitar um diálogo construtivo com o Congresso, assegurando a governabilidade e a estabilidade política.