O presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou, na quinta-feira (13), seu compromisso em alcançar a meta de desmatamento zero no Brasil até 2030, afirmando que o fracasso em cumprir essa meta representaria uma falha em sua administração. Durante um evento de entrega de habitações do programa Minha Casa, Minha Vida em Belém (PA), ele declarou: “Eu tenho um compromisso de até 2030 fazer desmatamento zero nesse país. Se eu não fizer, eu fracassei”, acrescentando que essa era uma decisão interna do governo e não uma exigência externa.
A questão ambiental tem sido uma constante nas declarações do presidente. No mesmo dia, em um evento no Amapá, Lula afirmou que se vê como o brasileiro com maior responsabilidade climática e rejeitou a ideia de realizar “loucura ambiental”, referindo-se às pesquisas para extração de petróleo na Margem Equatorial do estado. Essa exploração requer aprovação do Ibama e envolvem a autorização para a perfuração de poços a fim de avaliar a viabilidade econômica da extração de petróleo.
Na quarta-feira (12), Lula defendeu publicamente a necessidade de exploração de petróleo na bacia da Foz do Amazonas e expressou descontentamento com a falta de autorização pelo Ibama para que a Petrobras realize estudos técnicos na área. Ele criticou a morosidade do órgão, afirmando que a situação parecia criar um ambiente de oposição ao governo: “O que não dá é para a gente ficar nesse lenga-lenga. O Ibama é um órgão do governo, parecendo que é um órgão contra o governo”, afirmou.
Essas declarações provocaram descontentamento entre os servidores do Ibama, que consideraram a pressão do governo inaceitável e expressaram preocupação com a possível interferência política nas atividades do instituto. Em uma nota, os técnicos afirmaram que as palavras do presidente contradizem a postura que um país deve ter ao sediar a COP30, programada para novembro.
