16 junho 2025
HomePolíticaLula e Haddad Se Apoiam em Estratégias Tradicionais para Justificar...

Lula e Haddad Se Apoiam em Estratégias Tradicionais para Justificar…

Diante da dificuldade enfrentada pelo governo na obtenção de apoio para novas medidas que visam aumentar a arrecadação, figuras do governo, como o presidente e o ministro da Fazenda, optaram por recorrer a uma estratégia retórica tradicional do partido. Essa estratégia afirma que o partido defende os interesses dos mais pobres em uma disputa contra os mais ricos pela distribuição do Orçamento da União.

Na fase inicial do mandato, foram promovidas no Congresso medidas que buscavam implementar uma “justiça tributária”, através da qual indivíduos com maior renda seriam responsáveis por pagar mais impostos. Isso se traduziu, por exemplo, na tributação de offshores e fundos exclusivos.

Entretanto, o objetivo primordial desse esforço não era necessariamente a justiça social, mas sim aumentar a receita pública a fim de equilibrar as contas governamentais. Com o agravamento da situação fiscal, a equipe econômica passou a propor um aumento no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que já encontra resistência tanto no Parlamento quanto no setor produtivo.

Além disso, a possibilidade de eliminar isenções de títulos do mercado financeiro foi sugerida, uma mudança que poderia gerar um custo estimado em 1,7 trilhão de reais. Essa isenção, segundo o ministro, não tem precedentes e favorece os rentistas, prejudicando aqueles que mais necessitam dos serviços públicos, especialmente as camadas de menor renda.

A crítica aos “rentistas” é uma constante na retórica do governo. Contudo, a disposição em lidar com esse grupo privilegiado não surge de uma indignação repentina, mas sim da urgência de sanar a falta de recursos. Essa escassez se origina da recusa do governo em discutir um pacote de cortes e contenção de despesas.

Se uma proposta de cortes fosse implementada, isso poderia facilitar a aprovação de iniciativas voltadas à “justiça tributária”, demonstrando que o governo busca não apenas aumentar a arrecadação, mas também controlar os gastos, a fim de alcançar um ajuste fiscal. A falta de ações em ambas as frentes limita a capacidade do ministro em confrontar os privilégios que beneficiam determinados setores da sociedade. Sem uma estratégia de corte de gastos e sem a liberdade para criticar o chefe, o ministro se vê obrigado a adotar uma posição mais alinhada com a retórica política contra as elites.

NOTÍCIAS RELACIONADAS
- Publicidade -
Google search engine

NOTÍCIAS MAIS LIDAS

error: Conteúdo protegido !!