O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou, no dia 3, que Israel deve cessar o “vitimismo” e criticou o país por atos considerados “genocídios” na Faixa de Gaza. Essa declaração aconteceu poucos dias após afirmar que uma parte significativa da população judaica não apoia a guerra, a qual ele descreveu como uma “vingança” de um governo diante da possibilidade de criação de um Estado Palestino. Lula também alegou que um “exército totalmente profissional” está atacando civis, incluindo mulheres e crianças, na região.
Na última semana, uma pesquisa realizada pela emissora Channel 12 indicou que 55% dos israelenses acreditam que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu se preocupa mais em manter seu cargo do que em buscar a libertação dos reféns. Além disso, 61% dos entrevistados expressaram o desejo pelo término da guerra, contrastando com 25% que apoiaram a intensificação do conflito e a ocupação de Gaza.
As críticas internacionais às ações israelenses em Gaza têm se intensificado. Em 21 de maio, a União Europeia anunciou que revisará suas relações comerciais com Israel em resposta à crise humanitária enfrentada pelos palestinos. Kaja Kallas, chefe de política externa da UE, disse que a Comissão Europeia irá reavaliar o Acordo de Associação UE-Israel, que regula as relações políticas e econômicas por meio do livre comércio.
Vários países, incluindo a Alemanha, também ameaçaram adotar medidas em resposta às operações em Gaza. O chanceler Friedrich Merz declarou que a luta contra o grupo radical Hamas não justifica a continuação da guerra, que teve início em outubro de 2023. Essa declaração representa uma mudança na postura da Alemanha, que historicamente tem sido cautelosa em criticar Tel Aviv devido a seu passado na era nazista.
No dia 1º, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil emitiu um documento que condena, em termos rigorosos, a aprovação de novos assentamentos na Cisjordânia. A ocupação deste território iniciou-se em 1967, durante a Guerra dos Seis Dias, e é considerada ilegal pela legislação internacional, um ponto que Israel contesta. O documento destaca que tal decisão fere o direito internacional, contradizendo uma declaração da Corte Internacional de Justiça de julho de 2024, a qual afirmou que a presença contínua de Israel em terras palestinas ocupadas é ilícita e que o país deve interromper imediatamente novas atividades de assentamento.
Alguns dos 22 assentamentos anunciados já foram construídos de forma ilegal, mas agora adquiriram status de legalidade perante as autoridades israelenses. Dois desses assentamentos, Homesh e Sa-Nur, haviam sido desocupados em 2005 como parte do plano de retirada de Gaza, e os novos assentamentos estão localizados em diversas áreas da Cisjordânia, ampliando a fragmentação territorial.