O presidente Luiz Inácio Lula da Silva retoma suas atividades internacionais nesta semana, com a primeira parada programada para Moscou, na Rússia, onde embarcará na terça-feira. A viagem é a convite do presidente Vladimir Putin, que celebra os 80 anos da vitória da União Soviética sobre a Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial.
O feriado, que é considerado o mais significativo para a Rússia, ocorrerá no dia 9 de maio, culminando em um desfile cívico-militar na Praça Vermelha, em Moscou. Durante a visita, marcada entre os dias 8 e 10 de maio, Lula também se reunirá bilateralmente com Putin. O senador Davi Alcolumbre, presidente do Congresso, acompanhará a delegação brasileira, enquanto o Ministério das Relações Exteriores ainda não revelou quais ministros farão parte da comitiva.
De acordo com fontes do governo brasileiro, a viagem tem dois objetivos principais: um deles é posicionar o Brasil como mediador no conflito entre Rússia e Ucrânia, e o outro é destacar a independência da política externa brasileira em relação às grandes potências globais. É esperado que Lula comunique a Putin que o Brasil possui credenciais para participar ativamente de um acordo de paz entre as nações em conflito, especialmente na qualidade de presidente do Brics, grupo que defende a inclusão de seus membros nas negociações.
As relações comerciais entre Brasil e Rússia também serão foco das discussões. A Rússia está entre os 13 maiores parceiros comerciais do Brasil, e as conversas abordarão o aumento do comércio e investimentos bilaterais. No ano de 2024, o comércio entre os dois países alcançou 12,4 bilhões de dólares, com um déficit de 9,5 bilhões do lado brasileiro. A pauta exportadora brasileira inclui produtos como soja, carnes, amendoim, café e açúcar, enquanto a Rússia se destaca com os fertilizantes como principal exportação para o Brasil.