Forças militares de nações europeias poderão ser deslocadas para a Ucrânia caso um acordo de paz seja estabelecido, o que garantiria que a Rússia não realize novas invasões no território ucraniano. Essa informação foi compartilhada pelo presidente da França em um pronunciamento à nação.
O presidente francês esclareceu que, embora as tropas não estejam preparadas para atuar diretamente na linha de frente, sua presença serviria para assegurar o cumprimento total do acordo de paz assim que ele fosse assinado. Na próxima semana, chefes de Gabinete europeus se reunirão em Paris para discutir as formas de apoiar a Ucrânia após um possível tratado de paz.
No mesmo discurso, o presidente observou que a Rússia já transformou o conflito na Ucrânia em uma questão global, citando ações como a violação de fronteiras e tentativas de assassinar opositores, além de manipulações em eleições em países vizinhos e ataques digitais a instituições. A afirmação enfatizou que a ameaça russa se mantém presente, indicando que não agir como espectador seria uma escolha sensata.
Essa declaração ocorreu poucos dias após uma reunião problemática entre o presidente dos Estados Unidos e o presidente da Ucrânia, onde Washington optou por suspender o suporte militar a Kiev, numa tentativa de forçar um acordo com Moscou. O presidente francês já havia mencionado que França e Reino Unido estão sugerindo uma trégua parcial de um mês entre Rússia e Ucrânia, que abrangeria ataques aéreos, marítimos, além de ações contra a infraestrutura energética.
Entretanto, o acordo proposto não contemplaria combates em solo. A Ucrânia já aceitou as bases para esse possível acordo, e o presidente ucraniano expressou intenção de iniciar diálogos sobre uma paz duradoura sob a mediação do presidente americano, buscando reparar as relações.
Desde o início do conflito em fevereiro de 2022, o governo dos Estados Unidos destinou aproximadamente 183 bilhões de dólares em ajuda à Ucrânia, conforme dados do Pentágono. Há também estimativas de outros institutos que sugerem um valor em torno de 120 bilhões de dólares, enquanto o ex-presidente Trump menciona um total superior a 350 bilhões gastos durante a presidência de Joe Biden.
Por outro lado, líderes na Europa estão acelerando o aumento de seus orçamentos militares e explorando formas alternativas de apoiar Kiev, incluindo planos para enviar tropas em apoio a um cessar-fogo, embora ainda dependam de algum tipo de ajuda proveniente dos Estados Unidos. As nações europeias podem ser capazes de substituir remessas de artilharia, mas as armas mais sofisticadas em uso na Ucrânia são fornecidas pelos Estados Unidos, como os mísseis de longo alcance ATACMS.
A interrupção no fornecimento de armamentos à Ucrânia foi considerada uma medida que tornaria a paz mais difícil de alcançar, já que tal ação fortaleceria a posição da Rússia no campo de batalha. Essa análise foi apresentada pelo ministro francês para a Europa.
