A Alemanha e a França estão debatendo a necessidade de investir em um possível “guarda-chuva nuclear” devido à ameaça proporcionada pela Rússia. O professor de relações internacionais da Universidade de São Paulo (USP), Kai Enno Lehmann, destaca que, apesar da situação política interna desfavorável de Emmanuel Macron, a ênfase em políticas externas pode possibilitar que ele deixe o cargo em uma posição favorável.
Lehmann analisa a política interna da França, observando que, como Macron não se candidatará a um novo mandato e considerando sua “ruim” situação política, ele pode direcionar sua atenção para questões externas relacionadas a Vladimir Putin. A Rússia está demandando garantias de que a Ucrânia não se tornará membro da OTAN como parte de um tratado de paz.
Diante da ameaça de Vladimir Putin de utilizar armas nucleares, caso a Ucrânia se torne parte da OTAN, a postura do presidente francês pode levá-lo a concluir seu mandato como um líder destemido diante da Rússia. Em relação à posição da Alemanha, o chanceler eleito, Friedrich Merz, tem se mostrado “claro” quanto à ameaça russa na Europa, diferentemente do seu antecessor, Olaf Scholz. Lehmann enfatiza que Merz abordou questões cruciais para a Guerra da Ucrânia, como a necessidade de a Alemanha fornecer armamentos à Ucrânia sob a liderança de Volodymyr Zelenski.
