O presidente da França, Emmanuel Macron, respondeu a declarações feitas pelo Kremlin, que o alertou a não empregar retórica nuclear em relação à Rússia. Recentemente, Macron comparou a atual situação à histórica invasão fracassada da Rússia por Napoleão. Em um discurso proferido na quarta-feira, ele destacou que a Rússia estava se rearmando rapidamente após a invasão da Ucrânia e poderia representar uma ameaça a outros países, a menos que medidas de dissuasão fossem eficazes.
Macron afirmou conhecer bem o presidente russo, Vladimir Putin, e sugeriu que a reação de Putin indica um reconhecimento da veracidade de suas afirmações. Ele enfatizou que Putin está cometendo um erro histórico, ressaltando que a única potência imperialista na Europa atualmente é a Rússia, em resposta a questionamentos de um jornalista russo que vive na França.
O presidente francês também destacou sua experiência com a falta de compromisso de Putin, referindo-se aos acordos de Minsk que foram assinados em 2014 por representantes da França, Alemanha e Ucrânia após a invasão da Crimeia. Segundo Macron, a irritação de Putin pode ser atribuída à exposição das manobras russas por parte dos líderes europeus.
Em relação a comentários do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a disposição da França em ajudar os EUA em caso de ataque, Macron lembrou que a França e outros países europeus estiveram ao lado das tropas americanas na luta no Afeganistão após os ataques de 11 de setembro. Ele afirmou que não apenas os franceses, mas todos os europeus estavam presentes quando foram convocados, ressaltando que a retirada dos EUA do Afeganistão ocorreu sem aviso prévio.
Além disso, Macron mencionou que vários líderes discutiram com ele a proposta de estender a dissuasão nuclear francesa a toda a Europa durante a cúpula da União Europeia em Bruxelas. Ele expressou a expectativa de que a cooperação nesse aspecto se concretize até o final do primeiro semestre de 2025, após diálogos técnicos com outros dirigentes. Macron também convidou os líderes da UE para uma reunião de chefes do exército europeu em Paris, marcada para a próxima terça-feira.