terça-feira, fevereiro 4, 2025
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MAIS DA METADE DOS CEOS DO AGRONEGÓCIO TEMEM A INVIABILIDADE DE SUAS EMPRESAS EM UMA DÉCADA, APONTA ESTUDO DA PwC

A 28ª edição da Pesquisa Global de CEOs foi realizada pela PwC, revelando um panorama do agronegócio no Brasil. Os líderes desse setor revelaram um otimismo em relação à economia que supera a média global, no entanto, permanecem conscientes dos desafios estruturais que podem impactar a sustentabilidade das operações. A pesquisa, que contou com a participação de aproximadamente 4.700 executivos em mais de 100 países, mostrou que o Brasil foi o país com maior número de respostas.

Dentre os CEOs do agronegócio brasileiro, 76% têm expectativa de crescimento da economia local nos próximos 12 meses, superando a média nacional (73%) e a global (57%). Esse otimismo é atribuído à resiliência observada após a crise sanitária e desafios geopolíticos. Entretanto, os executivos reconhecem que setores afetados pela crise buscam uma recuperação a partir de 2025.

Apesar do espírito otimista, a pesquisa identificou uma preocupação: 44% dos CEOs do agronegócio acreditam que suas empresas não conseguirão se manter economicamente viáveis por mais de dez anos sem realizar mudanças significativas. Este índice representa um aumento de 13 pontos percentuais em comparação a 2024, indicando uma necessidade urgente de reinvenção no setor.

A transformação tecnológica está em destaque, e os executivos mencionam a chegada de novos competidores no mercado, o que pressiona os CEOs a tomarem decisões rápidas e fundamentadas. A PWC destaca que a adaptação a essas transformações requer que os líderes do agronegócio compreendam novas tecnologias e ajustem suas estratégias para se manterem relevantes.

As mudanças climáticas foram apontadas como a principal preocupação entre os líderes do agronegócio, com 56% dos entrevistados reconhecendo o impacto desses eventos extremos na produção. Este índice é consideravelmente superior à média global (14%) e à média nacional (21%). É evidente a necessidade de acelerar a adaptação e implementar soluções que priorizem a sustentabilidade.

Outro desafio importante Identificado é a escassez de mão de obra qualificada, mencionada por 38% dos CEOs, valor também acima da média nacional (30%). A digitalização avança no setor, mas ainda existem dificuldades na atração de profissionais qualificados. Em busca de soluções, o agronegócio brasileiro vê na inteligência artificial (IA) generativa uma oportunidade para aumentar a produtividade. Expectativas indicam que 61% dos CEOs acreditam que a tecnologia impulsionará a lucratividade até 2025.

Em um panorama onde a adoção da IA é crescente, o relatório destaca que, embora as expectativas sejam otimistas, somente 24% dos CEOs notaram aumento efetivo da lucratividade devido à IA em 2024. É fundamental entender que a tecnologia está contribuindo principalmente para a eficiência operacional e não necessariamente está causando desemprego, mas sim exigindo novas habilidades.

Dentre as inovações tecnológicas, o uso da IA pode ser um suporte valioso na gestão de riscos climáticos, com modelos preditivos cada vez mais aplicados para prever condições climáticas. Além disso, 47% dos CEOs do agronegócio observaram que iniciativas sustentáveis resultaram em aumento de receita nos últimos cinco anos, superando a média nacional.

A pesquisa também ressalta que 62% dos CEOs do agronegócio fazem suas remunerações variáveis dependentes de métricas de sustentabilidade, reforçando a relevância deste assunto nas estratégias corporativas. A busca por sustentabilidade é reconhecida como uma fonte de competitividade e rentabilidade.

Em termos de transformação estrutural, 44% dos CEOs afirmaram que suas empresas começaram a atuar em novos segmentos nos últimos cinco anos, impulsionados por investimentos em tecnologia e bioenergia. Igualmente, 44% mencionaram que estabeleceram parcerias com outras organizações para acelerar a inovação.

No entanto, um desafio persistente está na realocação de recursos. Apenas 32% dos CEOs do agronegócio estão reinvestindo mais de 20% de seus recursos financeiros anualmente, um número inferior à média nacional. A mesma realidade aplica-se à alocação de mão de obra, onde apenas 24% dos executivos estão redistribuindo mais de 20% de sua força de trabalho para novas funções ou projetos estratégicos.

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