As Maldivas estabeleceram uma proibição de entrada para portadores de passaporte israelense, conforme anunciado pelo gabinete presidencial em 16 de outubro. Esta decisão é atribuída a alegações de genocídio cometidas por Israel contra os palestinos durante o conflito em Gaza, uma acusação que Israel tem rejeitado repetidamente.
O presidente Mohamed Muizzu sancionou uma emenda à legislação de imigração do país após a aprovação pelo parlamento no dia anterior. Essa emenda inclui uma cláusula que impede explicitamente a entrada de viajantes com passaporte israelense nas Maldivas, conforme declarado em comunicado oficial. A nota ressalta que a ratificação da emenda reflete a posição do governo em resposta às alegações de atrocidades e genocídio perpetrados por Israel contra o povo palestino.
Até o momento, o Ministério das Relações Exteriores de Israel e o consulado em Colombo não se pronunciaram em relação a essa nova política. Israel tem mantido sua recusa a aceitar qualquer acusação de genocídio, sustentando que age dentro dos limites do direito internacional e que possui o direito de se defender frente aos ataques realizados pelo Hamas a partir de Gaza em 7 de outubro de 2023.
Adicionalmente, a África do Sul moveu uma ação contra as Maldivas no Tribunal Internacional de Justiça da ONU. Em um relatório de dezembro do ano anterior, a Anistia Internacional também acusou Israel de genocídio contra os palestinos em Gaza, alegações que o país rejeita.
Antes da promulgação da proibição, Muizzu havia solicitado, em junho de 2024, a restrição para portadores de passaporte israelense, de acordo com a recomendação de seu gabinete. Essa situação levou o Ministério das Relações Exteriores de Israel a aconselhar seus cidadãos a evitarem o arquipélago, conhecido por suas praias e resorts luxuosos.
O turismo é um setor fundamental para a economia das Maldivas, representando aproximadamente 21% do Produto Interno Bruto (PIB) e gerando uma receita prevista de US$ 5,6 bilhões em 2024, de acordo com dados oficiais. Para o ano em curso, a nação insular antecipa uma receita aproximada de US$ 5 bilhões.