A Manatí Capital conseguiu levantar R$ 181,4 milhões com a participação de 6 mil investidores em sua primeira emissão do novo fundo imobiliário, denominado Manatí Renda CDI. Este fundo é negociado no mercado de balcão da Cetip e apresenta características distintas em comparação aos fundos listados, como menor liquidez, menor volatilidade das cotas e um prazo de encerramento específico.
O fundo terá um prazo de seis anos, com a maior parte dos desinvestimentos prevista para ocorrer nos últimos dois anos. Segundo informações, a distribuição de proventos será mensal. O fundo é posicionado como um produto de renda fixa estruturada, que se mantém exclusivamente pós-fixado. Essa estratégia visa oferecer um produto mais assertivo para os investidores de varejo, permitindo que eles se beneficiem por um período prolongado da elevada taxa Selic.
A maioria dos ativos que compõem o fundo foram originados e estruturados pela equipe da Manatí Capital, um diferencial significativo para a gestora. Ao trabalhar diretamente com empresários, a gestora consegue acessar operações com menos intermediários, o que proporciona uma relação de risco-retorno mais favorável.
A capacidade de originar e estruturar produtos internamente é considerada essencial para a longevidade de uma gestora de fundos imobiliários. A falta dessa capacidade pode levar à oferta de produtos commoditizados, segundo a visão compartilhada por especialistas do setor.
O novo fundo Manatí Renda CDI é voltado ao público geral, com foco em investidores de varejo. A captação teve a XP Investimentos como coordenadora principal, com um aporte mínimo inicial de R$ 1.000. O fundo é composto por Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) que são 100% pós-fixados, visando um retorno médio de CDI + 2,2% ao ano.
O Manatí Renda CDI representa o terceiro fundo da gestora, que opera exclusivamente no mercado imobiliário, com um total de R$ 700 milhões sob gestão. Aproximadamente metade deste valor está alocada no MANA11, o fundo carro-chefe da gestora, que é um hedge fund com a missão de investir em FIIs, CRIs e FIDC imobiliário.
Entretanto, o cenário atual para o lançamento de novos fundos listados se apresenta como desafiador, devido à negociação de cotas abaixo do valor patrimonial. Por exemplo, o MANA11 está sendo comercializado com um deságio de 7%, enquanto o desconto médio dos fundos de papel chega a 19%.
Em um ambiente de alta volatilidade, a captação de recursos torna-se complexa. O aumento da taxa de juros impacta diretamente os preços das cotas, e a desvalorização excessive observada pode inibir a captação de novos investimentos. Apesar desses desafios, há projeções para que a captação atinja R$ 1 bilhão até o final do ano, considerando a possibilidade de lançar novos fundos. O principal interesse da gestora é continuar oferecendo oportunidades de investimento diferenciadas aos seus clientes, com a captação sendo uma consequência do trabalho realizado.