A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, informou na sexta-feira (21) sobre a programação de uma reunião com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho. Este encontro está previsto para ocorrer após a viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Japão. “Uma data já foi estabelecida. Assim que eu retornar do Japão, acompanhando o presidente Lula, haverá uma audiência entre os ministros, com a presença do Ibama,” declarou Marina. “Na minha avaliação, foi uma observação do próprio ministro Silveira que faria mais sentido realizar uma reunião entre os ministros com a presença do Ibama.”
Recentemente, Silveira expressou sua insatisfação por ter solicitado uma audiência com Agostinho em duas ocasiões, mas não recebeu resposta. Ele acusou o presidente do Ibama de hesitar em fornecer uma posição definitiva sobre a licença ambiental para a exploração na Margem Equatorial do Amazonas. “Há uma grande preocupação em informar ao povo brasileiro qual é a posição dele em relação à resposta que venho cobrando há vários meses sobre a Margem Equatorial”, comentou Silveira no início da semana. “Não desejo tratar isso de forma pessoal, mas institucionalmente. Penso que ele está receoso em afirmar ‘vou atender um interesse nacional’ ou ‘não tenho coragem e não vou licenciar porque falta um requisito’,” acrescentou Silveira.
Marina Silva esclareceu que estava em viagem à Índia e, em seguida, irá ao Japão com Lula, o que impossibilitou a realização da reunião anteriormente. “Houve um pedido de audiência que foi feito inicialmente apenas ao presidente do Ibama. Posteriormente, o ministro Silveira reavaliou e achou mais apropriado solicitar a audiência com minha presença, porém eu estava em viagem,” afirmou Marina.
Silveira tem solicitado uma resposta do Ibama sobre o pedido de licenciamento para a perfuração de um poço na Margem Equatorial com o intuito de investigar o potencial de produção de petróleo na região. O Ibama já havia negado esse pedido anteriormente, alegando que a Petrobras não tinha apresentado respostas satisfatórias para todas as questões levantadas pelo órgão. A estatal reformulou o pedido, mas, segundo fontes, técnicos do Ibama recomendaram novamente a negativa em fevereiro deste ano. A decisão final sobre o assunto cabe ao presidente do Ibama e à direção da instituição, cujas deliberações ainda não foram divulgadas.