9 junho 2025
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Mauro Cid Revela Que Bolsonaro Analisou e Solicitou Mudanças na Proposta do Golpe

No julgamento em andamento no Supremo Tribunal Federal (STF), o tenente-coronel Mauro Cid apresentou depoimento sobre os eventos que cercam a tentativa de golpe em relação às eleições. Durante a audiência, ele declarou que o ex-presidente Jair Bolsonaro recebeu, leu e solicitou modificações em uma minuta que visava anular o resultado eleitoral. Essa minuta, conforme Cid, originalmente previa prisões de várias autoridades, incluindo ministros do STF e o ex-presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. Cid afirmou que Bolsonaro “enxugou” o documento, mantendo apenas a prisão de Moraes como uma possibilidade, ao que Moraes rebatizou de maneira leve, insinuando que outras autoridades conseguiram habeas corpus.

Logo no início do depoimento, a veracidade da denúncia feita pelo procurador-geral da República foi levantada. Cid não respondeu diretamente, mas revelou que tinha conhecimento dos planos golpistas, afirmando ter testemunhado grande parte das situações, embora não tivesse participado ativamente. Ele também negou ter sofrido pressão por parte das autoridades durante a colaboração no inquérito sobre o golpe.

Ao ser questionado sobre áudios que vazaram e aparentemente demonstravam sua insatisfação com a condução das investigações pela Polícia Federal e pelo próprio ministro, Cid esclareceu que esses áudios foram divulgados sem sua autorização e foram um desabafo em um momento de dificuldade pessoal. Ele reiterou que não houve pressão durante os depoimentos e explicou que suas respostas refletiam uma divergência de perspectivas em relação aos fatos investigados.

Cid ainda mencionou que as acusações contra ele surgiram em um contexto de vazamento de informações sobre sua família e desafios financeiros que afetaram sua carreira militar, resultando em uma crise pessoal significativa. Isso, segundo ele, levou a desabafos com amigos e conhecidos, mas sem a intenção de apresentar queixas oficiais. Em seus comentários, reconheceu que expressou críticas a várias figuras em um momento de frustração.

O vazamento dos áudios criou um turbulento cenário em torno do inquérito. Aliados de Bolsonaro passaram a contestar a validade da delação ao alegar que os testemunhos não eram legítimos, sob a acusação de coação. Para responder a essas alegações, Moraes convocou Cid para um novo depoimento, durante o qual ele reafirmou que sua delação foi feita de maneira voluntária e com consentimento, enfraquecendo assim um dos principais argumentos contra o acordo.

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