O médico responsável pela equipe cirúrgica que operou o ex-presidente Jair Bolsonaro, Cláudio Birolini, informou, em entrevista coletiva nesta segunda-feira (14), que a parede abdominal do ex-chefe do Executivo apresentava danos significativos. O profissional descreveu o estado do abdome como “hostil”, com múltiplas cirurgias anteriores que resultaram em aderências, culminando em um quadro de obstrução intestinal. Ele ressaltou que essa condição tornava o procedimento cirúrgico um desafio considerável.
No domingo (13), Jair Bolsonaro foi submetido a um tratamento para suboclusão intestinal, provocada por uma obstrução parcial do intestino, resultado das aderências formadas após as intervenções cirúrgicas decorrentes do atentado que sofreu em 2018, durante sua campanha eleitoral. A cirurgia, conforme reportado, teve duração de 12 horas e foi classificada pelo cardiologista Leandro Echenique como a mais complexa de todas as operações realizadas pelo ex-presidente desde o acontecimento.
Na última sexta-feira (11), Bolsonaro relatou dores abdominais intensas enquanto cumpria compromissos em Santa Cruz, no interior do Rio Grande do Norte. Ele foi rapidamente transferido de helicóptero para um hospital em Natal, onde exames de imagem indicaram a presença de suboclusão intestinal. No dia seguinte, o ex-presidente foi trasladado para Brasília, onde os médicos determinaram a necessidade de uma intervenção cirúrgica.
Cláudio Birolini explicou que a necessidade da cirurgia atual pode ser atribuída ao ataque sofrido em 2018, ocorrendo em Minas Gerais. Ele deixou claro que o evento inicial – a facada – juntamente com as intervenções cirúrgicas subsequentes, desempenharam um papel crucial na situação atual de Bolsonaro. O objetivo da cirurgia foi corrigir as condições que poderiam levar a novos episódios de obstrução intestinal.
A operação consistiu em uma laparotomia exploratória, uma técnica cirúrgica que envolve a abertura total do abdômen para tratar problemas não detectados previamente por exames de imagem. Neste momento, Jair Bolsonaro permanece na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), seu estado é considerado estável e não há previsão de alta. O médico Echenique informou que o ex-presidente está acordado, conseguindo interagir e se comunicar, o que indica que sua recuperação segue conforme o esperado.