Vídeos divulgados nas redes sociais retratam o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e cidadãos americanos em papéis estereotipados de trabalhadores de fábricas. Os memes em apoio à China, gerados por inteligência artificial, estão circulando em meio à crescente tensão comercial entre os EUA e a China, que teve início com a imposição de tarifas pelo governo Trump na semana passada. Em resposta à tarifa de 104% imposta pelos EUA, o governo chinês anunciou, no dia 9, a aplicação de impostos adicionais de 84% sobre produtos americanos.
Em uma das gravações, Trump é mostrado costurando roupas em uma fábrica, enquanto Elon Musk é apresentado como um operador em uma linha de montagem de celulares. O título do vídeo provoca ironia: “América após impor tarifas de 104% à China”, e ao final é exibida a frase “Make America Great Again”, que se tornou um lema de campanha de Trump. Em outra postagem, acompanhada de uma música tradicional chinesa, cidadãos americanos estereotipados, representados como pessoas brancas e com sobrepeso, são mostrados como trabalhadores na indústria têxtil.
A escalada tarifária, iniciada por Trump, resultou em uma queda significativa nas bolsas de valores em todo o mundo. Na quarta-feira, a bolsa de Tóquio registrou uma baixa superior a 3%, enquanto os mercados europeus abriram com perdas, com índices das principais bolsas do Reino Unido, Alemanha, França e Holanda apresentando recuos superiores a 2%. Os mercados chineses, por outro lado, mostraram-se relativamente estáveis.
A China se comprometeu a “lutar até o fim” e criticou os Estados Unidos por adotarem uma postura unilateral, protecionista e de intimidação econômica com a criação de tarifas adicionais sobre produtos chineses. Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, declarou que a atitude americana de priorizar seus interesses sobre as normas internacionais está afetando negativamente a estabilidade da produção global e a cadeia de suprimentos, além de comprometer a recuperação econômica global.
Pequim é uma das principais afetadas pela recente política protecionista dos Estados Unidos. Na semana passada, Trump anunciou uma nova tarifa de 34% sobre produtos chineses, que foi parte do que ele chamou de “Dia da Libertação para a América”. Essa medida se somou a duas rodadas anteriores de tarifas de 10% aplicadas em fevereiro e março, que o presidente argumentou serem uma resposta à suposta responsabilidade da China na crise do fentanil.