4 março 2025
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Mercados de Wall Street desabam com anúncio de tarifas de Trump a México e Canadá

Os principais índices acionários nos Estados Unidos encerraram o pregão em queda, refletindo a inquietação dos investidores quanto aos potenciais impactos adversos das tarifas de importação anunciadas pelo presidente Donald Trump, além de indicadores que sinalizaram fragilidade no setor industrial. O índice Nasdaq foi o que apresentou a maior perda nesta segunda-feira, com uma desvalorização de 2,64%. A empresa Nvidia destacou-se com um dos recuos mais significativos, caindo 8,69%, seguido pela Amazon, que teve sua ação diminuída em 3,42%.

O índice S&P 500 registrou uma queda de 1,76%, enquanto o Dow Jones teve um fechamento em baixa de 1,48%. O presidente Trump confirmou que tarifas de 25% referentes a produtos provenientes do Canadá e do México entrarão em vigor a partir de amanhã. Essas tarifas haviam sido anunciadas inicialmente em fevereiro, mas foram suspensas por um mês, período que foi utilizado para negociações. Havia uma expectativa entre os investidores de que essas tarifas poderiam ser reduzidas, o que não se concretizou. Trump também confirmou um aumento adicional de 10 pontos percentuais na tarifa de 10% aplicada a produtos da China.

De acordo com o banco Wells Fargo, no primeiro mandato, as tarifas impostas por Trump impactaram cerca de 16% das importações dos Estados Unidos. Considerando as tarifas que entrarão em vigor amanhã para o México e Canadá, bem como o aumento na tarifa sobre produtos chineses, esse percentual sobe para 42%. Na próxima semana, no dia 12, estão programadas tarifas sobre aço e alumínio, além de “tarifas recíprocas”, cujos detalhes ainda não foram especificados, e tarifas sobre produtos agrícolas, conforme anunciado pelo presidente.

A confirmação das tarifas aplicadas ao Canadá, México e China coincide com dados que indicam fraqueza no setor industrial dos Estados Unidos, bem como os impactos negativos da política de taxação de importações. O investidor Warren Buffet comentou sobre o tema, chamando as tarifas de “um ato de guerra” e “um imposto sobre bens”, em entrevista à CBS News. Um relatório da corretora Charles Schwab indica um “nível épico” de incerteza em torno das políticas do governo Trump, tanto no que diz respeito às tarifas quanto aos cortes de gastos.

O documento observa que as menções a tarifas em conferências de empresas superaram os níveis observados durante a guerra comercial de 2018. Além disso, destaca a deterioração do cenário macroeconômico, citando a previsão do Federal Reserve de Atlanta, que projeta uma contração de 2,8% no Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA no primeiro trimestre. Em função disso, a corretora indica que houve uma movimentação em busca de setores mais defensivos nas bolsas americanas, como saúde e finanças, ao mesmo tempo em que as ações de tecnologia enfrentaram uma piora em seu desempenho, sobrecarregadas por preocupações relacionadas a investimentos elevados em inteligência artificial.

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