O TikTok se destaca como uma plataforma onde dicas e técnicas de beleza são amplamente compartilhadas. Usuários do aplicativo frequentemente publicam vídeos com orientações, sejam elas caseiras ou não, sobre como aprimorar a aparência ou simplificar procedimentos estéticos. Uma das práticas que ganhou notoriedade é o mewing, que alega proporcionar definição para a mandíbula, eliminar a papada e o queixo duplo, além de preparar o rosto para fotos, e até mesmo contribuir para o alinhamento dos dentes.
O mewing, que na verdade é uma técnica de ortotropia, foi introduzido na década de 1970 pelo ortodontista britânico John Mew. Essa técnica visa orientar o crescimento facial até que um formato estético desejado seja alcançado. Os vídeos relacionados ao mewing instruem os jovens a posicionarem a língua no palato e aplicar pressão nessa região, enquanto mantêm os dentes encostados e os lábios fechados, como um exercício.
Entretanto, a cirurgiã-dentista Ianara Pinho, em entrevista a um meio de comunicação, ressalta os possíveis riscos associados à prática do mewing, que pode, inclusive, acarretar prejuízos à saúde, levando a complicações e dores. A dentista explica que, após a fase de crescimento da maxila, que ocorre no início da adolescência, as alterações na estrutura dos maxilares só são viáveis por meio de aparelhos ortodônticos ou intervenções cirúrgicas específicas.
Ianara Pinho também enfatiza que o mewing não possui comprovação científica, e que sua execução inadequada pode resultar em problemas na articulação temporomandibular (ATM), dores na região facial e até mesmo desalinhamento dental. A orientação dada por especialistas é que indivíduos interessados em modificar os maxilares busquem a avaliação de um profissional em ortodontia. Durante a infância e no início da adolescência, o crescimento da maxila ocorre de forma natural, independentemente da prática do mewing. Após essa fase, adaptações nos maxilares exigem o uso de aparelhos ortodônticos ou a realização de cirurgias ortognáticas.