5 junho 2025
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México Realiza Eleições Inéditas para Juízes: Baixa Participação e Preocupações com a Independência Judicial

No dia 1º, o México realizou eleições inéditas para a escolha de juízes em todo o país, um evento histórico que faz parte de uma ampla reforma constitucional proposta pelo governo. Aproximadamente 2.680 posições, incluindo ministros da Suprema Corte e juízes de primeira instância, foram submetidas ao voto popular. A reforma é apresentada como uma medida para combater a corrupção no sistema judiciário, mas gerou preocupações entre especialistas e segmentos da população, que temem uma possível perda de independência do Judiciário em relação a partidos políticos e organizações criminosas.

Observadores durante as eleições relataram uma baixa adesão nas urnas. Na Cidade do México, por exemplo, menos de 10% dos eleitores registrados compareceram nas primeiras horas de votação, com a taxa oficial de participação programada para ser divulgada apenas à meia-noite no horário local. Uma advogada expressou sua insatisfação com o processo ao afirmar que poucos candidatos eram conhecidos, a não ser por vídeos compartilhados em redes sociais.

Este evento também marcou o retorno do ex-presidente Andrés Manuel López Obrador, que havia se afastado da cena pública por oito meses. Obrador é o principal autor da reforma que instituiu a eleição direta de juízes. A atual presidente, Claudia Sheinbaum, também participou do pleito, defendendo a iniciativa como uma estratégia contra a corrupção e a impunidade, rebatendo alegações de que o processo favoreceria o partido governista.

Em contrapartida, a oposição critica a mudança e a classifica como uma tentativa de controle do Judiciário pelo Executivo. Milhares de manifestantes saíram às ruas da Cidade do México para expressar sua insatisfação, com um deputado afirmando que o Judiciário era o último bastião contra o totalitarismo. Especialistas alertam que a nova estrutura pode abrir portas para infiltração do crime organizado no sistema judicial, com uma relatora especial da ONU destacando os riscos de que a escolha de juízes não seja baseada em critérios de mérito.

O governo defende sua posição, argumentando que a corrupção já está presente no Judiciário e que a escolha direta aumenta a transparência e o escrutínio público. Para candidatar-se a uma das vagas, os interessados precisavam atender a requisitos como diploma em direito, experiência profissional, reputação ilibada e ficha criminal limpa. O Instituto Nacional Eleitoral caracterizou o pleito como um “desafio sem precedentes” e estima que a participação eleitoral final pode variar entre 13% e 20%. Uma nova rodada de eleições para outros 4.000 cargos está prevista para 2027.

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