A presidente do México, Claudia Sheinbaum, solicitou no sábado (1º) a implementação de medidas tarifárias e não tarifárias em resposta à decisão dos Estados Unidos de estabelecer tarifas de 25% sobre todos os produtos provenientes do México, sinalizando o aparente início de uma disputa comercial entre as duas nações. Em uma postagem na rede social X, Sheinbaum afirmou que seu governo buscou o diálogo em vez de um confronto com o país vizinho, mas que o México não teve outra escolha a não ser reagir adequadamente.
Instruí meu ministro da Economia a colocar em prática o plano B que estamos desenvolvendo, o qual envolve ações tarifárias e não tarifárias para proteger os interesses do México, escreveu Sheinbaum, sem especificar quais produtos norte-americanos seu governo irá atingir. Os Estados Unidos são, de longe, o mercado externo mais significativo para o México, que em 2023 superou a China e se tornou o principal destino das exportações americanas.
O México está considerando a aplicação de tarifas retaliatórias sobre as importações dos Estados Unidos, com taxas variando de 5% a 20% sobre itens como carne suína, queijo, produtos frescos, além de aço e alumínio manufaturados, conforme fontes a par da situação. No entanto, a indústria automobilística estaria inicialmente isenta dessas tarifas, informaram. Os dados do Census Bureau revelam que as exportações dos Estados Unidos para o México ultrapassaram US$ 322 bilhões em 2023, enquanto os Estados Unidos importaram mais de US$ 475 bilhões em bens mexicanos.
Na mesma postagem, Sheinbaum desqualificou como “calúnia” a afirmação da Casa Branca sobre uma suposta aliança entre os cartéis do narcotráfico e o governo mexicano, um argumento utilizado pela administração do ex-presidente Donald Trump para justificar a imposição das tarifas. Trump alegou que as tarifas seriam uma consequência do fracasso do México em conter a entrada de fentanil nos Estados Unidos, além do que ele chamou de imigração descontrolada. Sheinbaum, por sua vez, destacou as conquistas de seu governo desde que assumiu o cargo em outubro, incluindo a apreensão de 20 milhões de doses do opióide sintético fentanil e a detenção de mais de 10.000 pessoas relacionadas ao tráfico de drogas.