Javier Milei, presidente da Argentina, elogiou amplamente o governo de Donald Trump e manifestou apoio ao desmantelamento da Usaid, a agência governamental responsável pela distribuição de ajuda global, a qual Milei criticou por má administração de fundos.
Durante uma convenção conservadora nas proximidades de Washington no último sábado, Milei anunciou sua intenção de implementar uma política de tarifas recíprocas, similar àquela defendida por Trump, que visa impor os mesmos níveis de tarifas alfandegárias que cada país aplica a produtos americanos.
Milei expressou o desejo da Argentina de ser o primeiro país a entrar em um acordo de reciprocidade comercial com os Estados Unidos, ressaltando sua acolhida na Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC). Ele destacou que a Argentina seria uma das nações mais impactadas pela nova taxa de 25% sobre importações de aço e alumínio que Washington planeja aplicar a partir de março.
O presidente argentino assinalou que, se não houvesse restrições impostas pelo Mercosul, a Argentina já estaria em negociações para um acordo de livre comércio com os Estados Unidos, que seria benéfico para ambas as partes.
Milei, que pode se reunir com Trump, busca o suporte da Casa Branca para um novo acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), após um encontro recente com a diretora da instituição. Em sua fala, ele mencionou a necessidade de uma “segunda independência” para os Estados Unidos e a Argentina, que libertaria os países da influência da “casta política”.
Durante seu discurso, Milei defendeu a formação de uma “internacional de direita” para enfrentar essa classe política, ressaltando a importância da aliança entre nações. Ele fez críticas a alegações de fraudes eleitorais e denunciou a repressão da liberdade de expressão em alguns países, fazendo eco aos comentários feitos por Trump e seu vice-presidente.
Além disso, Milei expressou apoio a Elon Musk, destacando a entrega de uma motosserra ao magnata, que representa uma metáfora para a redução do tamanho do Estado. Ele afirmou que pretende continuar a “depuração” de setores do governo que considera desnecessários ou prejudiciais, alinhando-se à sua visão liberal sobre a administração pública.
Ainda que, sob a gestão de Milei, a inflação na Argentina tenha diminuído, a pobreza se ampliou, atingindo 52,9% da população, conforme dados oficiais. Apesar disso, Milei reafirmou seu compromisso de reduzir a atuação do Estado, caracterizando a elite política como o verdadeiro inimigo das sociedades ocidentais.