O tenente-coronel Mauro Cid, durante sua delação, afirmou que não tinha conhecimento detalhado sobre o monitoramento da localização de Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Essa declaração veio à tona durante uma audiência no STF, na qual foram divulgados vídeos relacionados ao caso.
Cid revelou que, em 16 de dezembro de 2022, foi solicitado a ele que informasse a localização de Moraes, um dia após o cancelamento de um plano que visava sua prisão e assassinato. Ele também mencionou a participação de um juiz do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que colaborava com os militares na elaboração de documentos.
O plano, denominado “Punhal Verde Amarelo”, tinha como alvos Moraes, o presidente Lula e o ex-governador Geraldo Alckmin. Esta operação foi interrompida em 15 de dezembro de 2022, mas os motivos para a interrupção ainda não foram elucidativos. Após o cancelamento, Cid indicou que Bolsonaro solicitou novamente o monitoramento da localização de Moraes.
Durante a mesma audiência, o ministro Moraes advertiu Cid sobre as implicações de não relatar a verdade. Apesar de Cid ter alterado partes importantes de sua narrativa, sua delação foi mantida e o pedido de prisão contra ele foi revogado.
Além disso, Cid mencionou uma reunião ocorrida em novembro de 2022 na residência do general Walter Braga Netto, cujo objetivo era criar uma “instabilidade social” que justificasse uma intervenção militar. O tenente-coronel revisou sua versão sobre a saída de outros militares da reunião, afirmando que foi o próprio Braga Netto quem o pediu para deixar o encontro.