27 fevereiro 2025
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Ministro Alerta para Ameaças de Golpe Durante Evento Importante

O discurso proferido pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa, durante o lançamento do edital para a concessão do túnel submerso Santos-Guarujá, realizado no Porto de Santos (SP), gerou desconforto ao mencionar a denúncia de tentativa de golpe contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Essa afirmação foi feita na presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que ocupavam assentos próximos.

Após a declaração, houve uma manifestação expressiva do público que começou a gritar repetidamente “sem anistia”. O ministro demonstrou visível constrangimento, cobrindo parcialmente o rosto com uma das mãos, enquanto o governador Tarcísio, que foi ministro da Infraestrutura durante o governo Bolsonaro e é considerado um aliado desse ex-presidente, manteve uma expressão séria durante toda a intervenção.

Rui Costa fez questão de ressaltar a importância da relação republicana e a prioridade dos interesses do país e de sua população. Ele mencionou que muitas vezes só se valoriza algo quando se está à beira da perda, evocando a interrupção da democracia no Brasil e a necessidade de valorizá-la em momentos desafiadores. O ministro enfatizou a colaboração entre os governos federal e estadual para a construção do túnel, cuja obra está orçada em aproximadamente 6 bilhões de reais, constituindo-se na maior iniciativa do Novo PAC.

Manifestando-se sob os gritos de “sem anistia”, Costa justificou seus comentários mencionando sua gestão como governador da Bahia até o final de 2022. Ele lamentou não ter recebido convites para eventos relevantes na presença dos presidentes que o antecederam e também destacou que não conseguiu emitir ordens de serviço em projetos que estavam sob sua responsabilidade. Além disso, ele citou a falta de credenciamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) de um hospital construído durante seu governo, conforme previsto em lei.

Costa relatou uma experiência pessoal com um contrato firmado com o Banco do Brasil durante a gestão de Dilma Rousseff, que foi cancelado após a saída da ex-presidente. Para reverter essa decisão, o ministro teve que recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF), ressaltando que contratos públicos devem ser respeitados e honrados, pois os recursos pertencem ao povo brasileiro.

Ao concluir, Rui Costa apontou para a cobertura da imprensa a respeito da parceria entre Lula e Tarcísio, sugerindo que essa colaboração deveria ser vista como um aspecto cotidiano da democracia, não uma exceção. Ele destacou que, durante o governo anterior, não ocorreram eventos desse tipo e expressou orgulho por ser parte de um movimento em que Lula, ao assumir a presidência, convocou esforços para criar um plano de desenvolvimento nacional que abrangesse obras e infraestrutura a longo prazo, envolvendo diálogos com governadores de diversos partidos.

Em seguida, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, também fez uso da palavra, mas seu discurso foi interrompido por gritos de “sem anistia” da plateia.

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