A Polícia Federal identificou mensagens de um lobista vinculadas a decisões do gabinete do ministro Paulo Moura Ribeiro. As investigações, que visam apurar potenciais vazamentos de decisões e corrupção envolvendo servidores do Superior Tribunal de Justiça (STJ), agora se expandiram para quatro gabinetes após autorização do ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF). Esse movimento ocorreu após uma solicitação para unificação das investigações realizada em 11 de novembro de 2024.
Os gabinetes sob investigação incluem os ministros Og Fernandes, Isabel Gallotti e Nancy Andrighi, além de Paulo Moura Ribeiro. Até o momento, as apurações têm se concentrado em servidores, sem a formalização de investigações contra ministros. Informações revelam que um juiz auxiliar no gabinete de Moura Ribeiro pode ter atuado como elo para o grupo em questão. O lobista Andreson Gonçalves, detido desde novembro do ano passado, é apontado como o operador de um esquema de venda de sentenças no STJ, tendo compartilhado minutas de decisões com o advogado Roberto Zampieri.
As investigações continuam em andamento, e o delegado encarregado não descarta a possibilidade de realizar buscas nos gabinetes do STJ, bem como a inclusão de ministros nas apurações em função dos novos elementos que surgem. O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) identificou um pagamento de R$ 938 mil feito pela advogada Mirian Ribeiro, esposa de Andreson, para uma advogada que é casada com um desembargador do Tribunal Regional Federal da 1ª Região. Até o momento, não foram detectadas transações suspeitas que envolvessem ministros do STJ.