Neste sábado, 8, a Rússia realizou bombardeios na Ucrânia, resultando na morte de 14 pessoas e ferimentos em 37, incluindo cinco crianças. Os ataques ocorreram com o uso de mísseis e drones em Dobropillia, localizada no leste da Ucrânia, e em um assentamento na região de Kharkiv. Importante destacar que esses ataques se seguiram a declarações feitas por Donald Trump, que mencionou que Vladimir Putin estava “fazendo o que qualquer um faria”. Após uma conversa difícil com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, Trump, enquanto ordenava que Putin “parasse com essa guerra ridícula”, acabou defendendo as ações da Rússia.
O presidente ucraniano utilizou as redes sociais para condenar as “táticas de intimidação vil e desumana” frequentemente utilizadas pelas forças russas. O bombardeio de cidades ucranianas aumentou após uma semana em que Trump decidiu interromper o compartilhamento de informações de inteligência com a Ucrânia e suspendeu o envio de armas por parte dos Estados Unidos.
Essas ações hostis estão tornando o sistema de alarme que avisa os civis ucranianos sobre mísseis inimigos menos eficaz. Ao ser questionado se Putin estava se beneficiando das pausas nas ajudas dos EUA, Trump declarou que a Ucrânia estava passando por uma “tremenda surra” e que achava “mais fácil” lidar com Moscou do que com Kiev.
No ataque a Dobropillia, dois mísseis balísticos atingiram o centro da cidade, causando danos a um edifício residencial de cinco andares. Quando as equipes de emergência chegaram ao local, um novo ataque foi lançado pela Rússia. Ao todo, 11 civis faleceram, incluindo cinco crianças, entre os 30 feridos. Além disso, um ataque com drone na cidade de Bohodukhiv, em Kharkiv, resultou na morte de três pessoas e deixou sete feridas.
Por outro lado, diversos líderes europeus expressaram a opinião de que o presidente dos EUA seria cúmplice na recente devastação na Ucrânia. O primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, mencionou que houve “outra noite trágica na Ucrânia”, com “mais bombas, mais agressões e mais vítimas”, observando que tal situação é consequência de alguém que apazigua bárbaros, sem se referir diretamente a Trump. Kaja Kallas, responsável pela política externa da União Europeia, afirmou que os mísseis russos demonstram a falta de interesse de Putin pela paz e enfatizou a necessidade de aumentar o apoio militar, alertando que mais civis ucranianos pagariam um preço alto se isso não ocorrer.
Apesar disso, Zelensky procura melhorar as relações com Trump após uma reunião tensa na Casa Branca no mês anterior. O presidente ucraniano apresentou um plano de paz que inclui uma trégua terrestre e marítima, além de estar disposto a firmar um acordo favorável sobre minerais com os EUA.
Entretanto, até o momento, as pressões do presidente americano têm sido direcionadas à Ucrânia, sem propor exigências à Rússia. Zelensky comentou que o ataque recente indica que os objetivos de Moscou continuam inalterados, solicitando um aumento nas sanções ao país, com a intenção de “colapsar” sua economia de guerra.
Enquanto isso, a Rússia, aproveitando a redução da inteligência e do fornecimento de armas dos EUA, intensificou sua ofensiva. Tropas da Coreia do Norte e da Rússia ultrapassaram as defesas ucranianas na região de Kursk, local onde unidades ucranianas haviam controlado parte do território por sete meses. Atualmente, a situação em termos de controle desse território está cada vez mais crítica. Informações de soldados indicam que duas rotas de suprimento ligando a cidade ucraniana de Sumy permanecem abertas, mas sob constantes ataques de drones e artilharia russa.