O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), acatou um requerimento da Procuradoria-Geral da República (PGR) e ordenou que o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), ex-vice-presidente da República, compareça para um novo depoimento no caso relacionado à suposta tentativa de golpe. O objetivo é que Mourão esclareça se sofreu pressão antes de ser ouvido na semana anterior. Essa suspeita surgiu após uma ligação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao senador antes de seu depoimento. A Polícia Federal dispõe de um prazo de 15 dias para realizar essa nova oitiva.
Na sua decisão, Moraes indicou que Mourão pode ter enfrentado algum tipo de pressão externa. A investigação sobre a suposta interferência do ex-presidente será conduzida em um processo distinto, porém está ligada à ação referente ao alegado golpe, do qual Bolsonaro é um dos réus.
Durante seu depoimento anterior, Mourão negou ter conhecimento sobre qualquer reunião que visasse planejar um golpe e atribuiu a desordem em Brasília, ocorrida em 8 de janeiro, ao governo Lula. O senador foi ouvido como testemunha de defesa de Bolsonaro e dos ex-ministros Augusto Heleno (GSI), Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira (Defesa) e Walter Braga Netto (Casa Civil).