Débora Rodrigues dos Santos está sendo julgada pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal em uma sessão virtual que se estenderá até a próxima sexta-feira, 28 de março.
O ministro Alexandre de Moraes manifestou apoio à condenação da ré, propondo uma pena de 14 anos de reclusão em virtude de um ato de vandalismo cometido por ela, que consistiu em pichar a estátua “A Justiça” durante os eventos de 8 de janeiro. A frase “Perdeu, mané”, que foi escrita na obra, foi uma citação do ministro Luís Roberto Barroso em uma conferência realizada em Nova Iorque, após a derrota de Jair Bolsonaro nas eleições de 2022. No seu voto, Moraes afirmou que a ré “estava indiscutivelmente alinhada à dinâmica criminosa [do golpe]”, com base em um vídeo veiculado por veículos de comunicação, que mostrava a acusada vandalizando a escultura e, posteriormente, exibindo suas mãos manchadas de batom vermelho, enquanto sorria para a multidão que invadia a Praça dos Três Poderes e outros prédios públicos.
Em sua defesa, Débora alegou não ter compreendido a relevância da escultura concebida por Alfredo Ceschiatti e expressou arrependimento pela sua ignorância. Ela declarou ainda que agora entende o significado simbólico e histórico do monumento para o país e para a Justiça, ressaltando que antes não sabia que a estátua possuía um nome. O julgamento de seu comportamento está ocorrendo no plenário virtual do STF e se prolongará até o dia 28 de março, quando será anunciada a decisão final. Além de Moraes, a Primeira Turma é composta pelos ministros Flávio Dino, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Luiz Fux.