O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), manifestou-se a favor da aceitação da denúncia contra três deputados do PL, que são acusados de organização criminosa e corrupção passiva relacionadas ao envio de emendas parlamentares. Moraes apoiou o relator, ministro Cristiano Zanin, ao afirmar que as alegações são sustentadas por depoimentos de testemunhas. A votação poderá ser realizada no plenário virtual até o dia 11 de março. Os deputados acusados são: Josimar Maranhãozinho (PL-MA), Pastor Gil (PL-MA) e Bosco Costa (PL-SE).
A Procuradoria-Geral da República (PGR) informou que os deputados supostamente participaram da “comercialização” de pelo menos R$ 7 milhões em emendas. O ministro Zanin expressou seu voto favorável à denúncia, fundamentando a decisão em crimes de corrupção passiva e pertencimento a uma organização criminosa, agravados pela posição de comando e pela participação de funcionários públicos. O documento destaca que as provas que sustentam a denúncia são substanciais, incluindo mensagens trocadas pelos acusados via WhatsApp, depoimentos de testemunhas e uma quantidade significativa de documentação recolhida durante buscas autorizadas pelo Judiciário.
As investigações tiveram início em 2020, quando Eudes Sampaio, então prefeito de São José do Ribamar (MA), denunciou uma solicitação de 25% do valor das emendas recebidas pelo município na área da saúde. O relatório da Polícia Federal (PF) sobre as condutas dos políticos, que envolve suposta “comercialização” de emendas parlamentares, revelou ameaças a prefeitos do interior do Maranhão e indica que essa prática ocorre há pelo menos cinco anos com recursos públicos. O documento da PF conclui que, no comando da organização, estão os deputados Josimar Maranhãozinho, Pastor Gil e Bosco Costa.