22 fevereiro 2025
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Moraes Interroga Cid: Quando Bolsonaro Pediu Meu Monitoramento?

Em uma audiência relacionada à delação de Mauro Cid, o Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, questionou o ex-ajudante de ordens sobre o momento em que Jair Bolsonaro solicitou seu monitoramento. O advogado de Bolsonaro alegou que o ex-presidente não participou de qualquer plano para um golpe. Cid afirmou que Bolsonaro havia autorizado a venda de joias para cobrir despesas após seu mandato, e um advogado indicou que existem condições para que os envolvidos na suposta trama golpista se tornem réus.

O questionamento feito por Moraes foi registrado em um dos vídeos divulgados na quinta-feira, que fazem parte da delação de Cid. Na conversa, Moraes perguntou a Cid quando o ex-presidente havia solicitado o monitoramento e como isso foi feito. Cid respondeu que ele mesmo solicitou ao coronel Marcelo Câmara e destacou que não sabia quem era o contato deste coronel, uma vez que esse tipo de informação é mantida de forma restrita em operações de inteligência. Ele mencionou que recebia um grande volume de mensagens diariamente, com pedidos, denúncias e informações variadas que precisavam ser repassadas ao presidente.

Moraes também lembrou que Cid havia afirmado anteriormente que a solicitação de Bolsonaro para monitorar o ministro tinha relação com a suspeita de que ele poderia se encontrar com o vice-presidente General Mourão. Moraes questionou a lógica de não consultar a agenda do vice, que não estava em São Paulo durante um determinado período. Cid respondeu que a consulta poderia ter ocorrido, mas ressaltou que Bolsonaro recebia muitas informações não confirmadas, o que o deixava nervoso e irritado, levando-o a solicitar verificações. Contudo, Cid não pôde garantir que essa fosse a única razão para o monitoramento.

Dois dias após a Procuradoria-Geral da República apresentar denúncias contra 34 pessoas relacionadas a uma investigação sobre uma suposta trama golpista, Moraes decidiu retirar o sigilo dos vídeos da delação de Mauro Cid. Jair Bolsonaro foi um dos denunciados, enfrentando acusações de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado por violência e grave ameaça ao patrimônio da União, além de deterioração de patrimônio tombado.

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