O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, decidiu levantar o sigilo do pedido apresentado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) nesta segunda-feira, 26, com o intuito de investigar o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). A investigação está relacionada a alegações de que o deputado tentou interferir nas investigações sobre uma tentativa de golpe de Estado. A decisão do ministro, que assumirá a relatoria do caso, destaca que não há justificativas para a continuidade do sigilo, tornando o processo público e sem restrições de Justiça. Em breve, o magistrado deverá decidir se acolhe ou rejeita o pedido para abertura do inquérito.
Atualmente, o processo se encontra nas fases iniciais, com documentos ainda reduzidos. O principal item que suporta o pedido da PGR é uma representação do deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), datada de 22 de outubro, que solicita a investigação e prisão de Eduardo Bolsonaro. O texto alega que a intenção é “constranger o STF, deslegitimar seu relator e obter vantagens penais e políticas” para o deputado e seu grupo político. Farias menciona que Moraes é relator de investigações que envolvem Eduardo Bolsonaro e aliados, tanto na tentativa de golpe quanto em relação a milícias digitais que atuam de modo antidemocrático.
Na mesma data, Paulo Gonet apresentou um pedido ao STF para que o deputado seja investigado. A acusação refere-se a uma tentativa de interferência nas investigações da tentativa de golpe, levando em consideração a articulação de retaliações contra membros da Corte, com foco em Moraes. Uma reportagem já revelou que Eduardo Bolsonaro tem viajado para os Estados Unidos, onde se encontrado com figuras políticas de direita aliadas a Donald Trump e opositoras a Luiz Inácio Lula da Silva. O objetivo dessas reuniões seria buscar apoio e benefícios internacionais para seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro.