Débora Rodrigues dos Santos, que está sendo acusada por sua suposta participação nos eventos ocorridos em 8 de janeiro de 2023, teve sua prisão preventiva convertida em prisão domiciliar na noite de sexta-feira (28). A autorização foi dada pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes, em resposta a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). Rodrigues estava detida desde março de 2023 no Centro de Ressocialização Feminino de Rio Claro, São Paulo. Ela enfrenta acusações de associação criminosa armada, tentativa de golpe de Estado e dano qualificado ao patrimônio da União.
A cabeleireira tornou-se conhecida por ter pichado a estátua da Justiça na Praça dos Três Poderes com a frase “perdeu, mané”, em alusão a uma declaração do ministro Luís Roberto Barroso após as eleições. Sua defesa sustentou que ela já cumpriu próximo de 25% da possível pena e solicitou sua libertação. A PGR se posicionou contra a soltura, mas sugeriu a medida de prisão domiciliar até a conclusão do julgamento.
Durante uma audiência de instrução, o STF divulgou um vídeo em que a acusada expressou arrependimento por sua participação nos eventos de 8 de janeiro. Em seu depoimento, ela mencionou não ter previsto a gravidade dos atos e afirmou que não foi a responsável pela pichação. Rodrigues relatou que estava em Brasília pela primeira vez e havia ido tirar fotos dos edifícios, quando um indivíduo desconhecido a abordou pedindo ajuda para escrever a frase.
Com a nova deliberação, as condições da prisão domiciliar de Débora incluem: uso de tornozeleira eletrônica, proibição de acessar redes sociais, restrições de comunicação com outros acusados, proibição de conceder entrevistas sem autorização do STF, e limitações nas visitas, exceto por parte de advogados.
O julgamento de Débora foi interrompido nesta semana após um pedido de vista do ministro Luiz Fux. Antes da pausa, Moraes já havia dado seu voto, sugerindo uma pena de 14 anos, sendo 12 anos e 6 meses a serem cumpridos em regime fechado.
Além disso, há especulações dentro do Partido Liberal (PL) sobre a possibilidade de lançar Débora como candidata à deputada em 2026. O líder do partido na Câmara, Sóstenes Cavalcanti, comentou que essa possibilidade é bastante forte, embora possa ser comprometida se ela for condenada e se tornar inelegível pela Lei da Ficha Limpa.