4 março 2025
HomeInternacionalMundo à Beira do Colapso: Conciliação ou Conflito Em Debate

Mundo à Beira do Colapso: Conciliação ou Conflito Em Debate

“Estamos em uma encruzilhada histórica”, declarou o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, um advogado de inclinação esquerdista que manifestou apoio ao presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, ao mesmo tempo em que mantém uma postura aberta em relação a Donald Trump. A gravidade da situação foi evidenciada pela suspensão da ajuda dos Estados Unidos à Ucrânia, um tema que será abordado especificamente pelo presidente americano em seu discurso ao Congresso.

Esse tipo de discurso costuma reunir os temas mais relevantes do país, gerando grande expectativa. Resta saber se Trump impõe condições drásticas para reatar laços com a Ucrânia ou se a falta de apoio à Ucrânia é parte de um desinteresse mais amplo em relação à Europa.

Acelerando rapidamente, os eventos atuais exigem um esforço de análise para evitar simplificações. Nessa linha, criticar Trump em relação à Ucrânia pode indiretamente reforçar a imagem do governo brasileiro atual, que, por sua vez, também fez críticas a Zelensky. Por outro lado, apoiar incondicionalmente Trump, atribuindo a ele estratégias geopolíticas engenhosas, pode prejudicar a posição da esquerda local.

A causa ucraniana tem recebido suporte de políticos de diversas inclinações ideológicas na Europa, pois há um entendimento geral de que a invasão de um país vizinho pela Rússia não só infringe os princípios fundamentais da convivência internacional, mas também aumenta os riscos de que o expansionismo russo não se limite à Ucrânia, especialmente dada sua posse do maior arsenal nuclear do mundo.

Não é incomum que líderes europeus, de diferentes tendências políticas, busquem simultaneamente apaziguar Trump e oferecer apoio a Zelensky. Um exemplo disso é Keir Starmer, que até convocou o rei para receber o presidente ucraniano, uma manobra arriscada que poderia comprometer a neutralidade da monarquia. No entanto, essa ação foi apoiada pelo rei Charles.

Starmer, que lidera um governo com dificuldades e traços esquerdistas, tem demonstrado firmeza em relação à questão ucraniana. Da mesma forma, Friedrich Merz, um político democrata-cristão da Alemanha em negociações para formar um governo de coalizão, afirmou que a reunião da semana passada na Casa Branca pareceu planejada para produzir o desfecho que ocorreu. Merz argumentou que não se tratou de uma reação espontânea às palavras de Zelensky, mas sim de uma “escalada deliberada”.

Antes desse evento, Merz já havia abordado a urgência de a Europa assumir mais responsabilidade por sua própria segurança, dado que a era da proteção americana, tanto convencional quanto nuclear, está se esgotando. “Minha prioridade absoluta será fortalecer a Europa o mais rápido possível para alcançarmos nossa independência em relação aos Estados Unidos”, declarou após as eleições que concederam maioria relativa a seu partido.

Surpreendentemente, pessoas começam a considerar realidades que antes pareciam impossíveis, como o comunicado de Dimitri Peskov, porta-voz de Vladimir Putin, que afirmou que a nova administração nos Estados Unidos está alterando rapidamente as dinâmicas da política externa, de maneira que se alinha com a visão da Rússia.

A abordagem de Zelensky durante a reunião na Casa Branca, onde tentou discutir publicamente tópicos que deveriam ter sido tratados em particular, tem sido utilizada como uma justificativa para a mudança de postura do novo governo americano. Embora se reconheça que a atitude de Zelensky falhou em diplomacia, não se pode atribuir a ele a responsabilidade pela origem da crise.

Neste dia, mais informações poderão ser reveladas quanto à verdadeira magnitude da situação. Em um editorial contundente, um importante veículo de comunicação expressou que as posições de Trump refletem uma visão geopolítica na qual a China exerce controle no Pacífico, a Rússia domina a Europa, e os Estados Unidos continuam a hegemonia nas Américas. Esse cenário sugere um retorno a um mundo perigoso e instável.

Recentemente, Trump fez comentários indicativos de sua abordagem futura, sugerindo que, se alguém se recusa a negociar, a posição dessa pessoa não será sustentável por muito tempo. Isso levanta preocupações sobre a possibilidade de cortes na ajuda americana, que são vitais para que a Ucrânia mantenha seu esforço de resistência.

NOTÍCIAS RELACIONADAS
- Publicidade -

NOTÍCIAS MAIS LIDAS

error: Conteúdo protegido !!