No último sábado, uma série de manifestações contra a extrema-direita ocorreu em várias cidades da Alemanha, a duas semanas das eleições parlamentares. Em Munique, a polícia estimou que aproximadamente 250 mil pessoas compareceram ao ato, cuja mensagem central era “a democracia precisa de você”. Os protestos tinham como alvo principal o partido Alternativa para a Alemanha (AfD) e foram organizados sob o lema “Munique é multicolorida”, enfatizando a relevância da diversidade e da defesa de valores democráticos.
Além de Munique, o movimento “avós contra a extrema-direita” mobilizou protestos em diversas localidades, incluindo Hannover, onde 24 mil manifestantes se reuniram. No domingo anterior, Berlim também foi local de uma grande manifestação, reunindo cerca de 160 mil pessoas que se opõem ao crescimento da extrema-direita no país. Os protestos foram motivados pela aproximação do candidato de centro-direita, Friedrich Merz, com o partido AfD, que propõe uma nova legislação para endurecer as regras de imigração.
O projeto de lei apresentado por Merz foi rejeitado pelo Parlamento alemão em 31 de janeiro, representando uma derrota significativa para sua proposta. Partidos considerados tradicionais têm se manifestado de forma enfática contra qualquer colaboração com a extrema-direita, mantendo uma postura de isolamento em relação ao AfD, que atualmente está em segundo lugar nas intenções de voto.
Deputados do espectro centrista reiteraram seu compromisso de não formar alianças de governo com o AfD, destacando a importância de preservar valores democráticos e evitar a normalização de ideologias extremistas. As manifestações evidenciam um crescente descontentamento da população diante da possibilidade de uma maior influência da extrema-direita na política alemã, especialmente em um período decisivo como o das eleições.
