Dois dias após enfrentar desafios em voos de teste de sua nave espacial Starship, Elon Musk declarou que espera que o veículo realize sua primeira viagem sem tripulação a Marte até o final do próximo ano. Em um vídeo divulgado online, ele apresentou um cronograma detalhado para o desenvolvimento da Starship, um dia após a saída do governo do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
O novo cronograma para a missão a Marte está vinculado à capacidade da Starship de executar uma série de manobras técnicas desafiadoras, incluindo um reabastecimento pós-lançamento em órbita terrestre. O final de 2026 está alinhado com uma janela favorável que ocorre a cada dois anos, quando Marte e a Terra se posicionam para uma viagem mais curta, que levará entre sete a nove meses para ser completada.
Musk estimou que a SpaceX tem 50% de chances de cumprir esse cronograma. Caso a Starship não esteja pronta até o final de 2026, a empresa poderá ter que esperar mais dois anos para uma nova tentativa. A primeira missão a Marte contará com uma tripulação simulada composta por robôs do projeto Optimus, uma criação da Tesla, enquanto as primeiras equipes humanas são esperadas em aterrissagens subsequentes.
Paralelamente, a NASA planeja levar humanos de volta à superfície lunar a bordo da Starship em 2027, mais de 50 anos após o último pouso lunar tripulado. Esta missão lunar é considerada um passo importante para enviar astronautas a Marte na década de 2030.
Elon Musk havia anteriormente estipulado um cronograma que previa um veículo não tripulado da SpaceX em Marte em 2018 e a primeira missão tripulada em 2024. Ele deveria ter realizado uma apresentação ao vivo sobre o tema “O caminho para tornar a vida multiplanetária” a partir do local de lançamento no Texas, após um nono voo de teste da Starship.
No entanto, a apresentação foi cancelada quando a Starship perdeu o controle e se desintegrou em um incêndio cerca de 30 minutos após o lançamento. O foguete foi destruído antes de atingir várias de suas metas para o teste. Anteriormente, dois voos de teste, realizados em janeiro e março, também resultaram em falhas, com a espaçonave explodindo logo após a decolagem e dispersando detritos sobre o Caribe, o que levou a alterações de rota em muitos voos comerciais.
Musk minimizou o recente contratempo, afirmando que o teste gerou dados valiosos para análise e prometeu uma frequência maior de lançamentos para os próximos voos de teste.